sexta-feira, 15 de maio de 2009

As ideias, além de um diálogo

Algumas postagens atrás, e eu falava sobre o grande poder do diálogo, e sua importância na vida. Citei Clube da Luta e os 'single serve', relacionei o amor e a tendência da falta de comunicação que vem crescendo cada vez mais, como podem ler aqui.

Hoje, apresento uma forma "diferente" de analisar a situação. Partindo do princípio 'óbvio' de que o diálogo citado por mim reforçava o compartilhar, e o emocionar das falas, o impacto na vida alheia de maneira positiva, e até chocante...Mostro-lhes que com algumas experiências, descobri por mim mesmo(e não por conselhos ou livros, que sempre achei que por mais que digam a verdade, não se tornam verdadeiros até que sejam presenciados) mais formas de dividir qualquer conteúdo. E além disso, que o diálogo nem sempre é bem-vindo.

Nada melhor que um grande diálogo, de um famosíssimo "casal" dos cinemas para ilustrar o pensamento que virá a seguir...


Sim, Pulp Fiction! O melhor filme, na minha opinião, do sujíssimo Quentin Tarantino. Pouco antes destes dois, Vincent Vega e Mia Wallace, estarem na cena apresentada(dançando muito bem haha), passaram por um diálogo interessante. Leiam trecho deste:

M: - Não odeia isso?
V: - O quê?
M: - Os silêncios que incomodam. Por que temos que falar de idiotices pra nos sentirmos bem?
V: - Eu não sei, é uma boa pergunta.
M: - É assim que sabe que encontrou alguém especial. Quando pode calar a boca um minuto e sentir-se à vontade em silêncio.
V: - Ainda não chegamos lá, mas não se zangue, nos conhecemos agora.

Não vejo como não concordar com cada palavra de Mia. De repente, conversar já não é algo tão fundamental que deva ser feito todo o tempo! O famoso "puxar assunto", é como forçar a outra pessoa a sentir interesse por você. Cumprir parte do "contrato social" de uma forma sem sentido e hipócrita. Entendo que como seres humanos, não estamos num filme em que todas as falas já estão prontas, precisamos de tempo para pensar nas coisas(TEMPO!). Não é fácil chegar nas palavras certas a se dizer, e muitas vezes as "idiotices" servem como ponte para tal, ou como sentença de vez, de que não haverá bom diálogo. Mas algumas pessoas fazem isso sempre, e não mudam. É "idiotice" em cima de "idiotice". Sim, nosso silêncio pode expressar tanto quanto uma boa conversa.

Em minha aula de teatro(ainda não falei nada dessas aulas aqui no blog, dedicarei algumas postagens ao assunto quando estiver afim :P), conheci um pouquinho de cada pessoa. E quase não há diálogos. Ao menos, não os "verdadeiros" nem forçados. A única coisa que vejo: pessoas participando de atividades diversas, muitas vezes até falando sozinhas, outras NEM FALANDO. Seus gestos, atitudes, criatividade e feitos acabam por construir uma imagem pessoal para cada um deles. Sem eu ter trocado palavra alguma com essas pessoas, as conheci, e de certa forma gostei, muito!

Pessoas se conhecem pela música também. Os gostos em comum convidam um grupo de amigos a ouvir música o dia todo, sem se preocupar com mais nada. E estão todos ali, curtindo. Sem conversa. Pra que estragar o momento? Até mesmo em uma partida de futebol, ou jogo de videogame, sei lá. Em todas essas situações, interagimos com essas pessoas sem trocar palavras(claro que ouviremos muitos palavrões e interjeições, mas isso não vem ao caso haha), e nos encontramos nelas. Eu nunca gostei muito de futebol, mas sempre percebi que os jogadores criam grandes laços de amizade, mesmo sem conversar muito. A partida une essas pessoas, e não a conversa. Isso pra qualquer coisa, em qualquer lugar.

Se eu achei que meu blog era a oposição da oposição, o que posso dizer após me "opor"(na verdade, só mostrar outro ponto de vista) a algo que já falei antes?


A oposição da oposição da oposição?

Faz sentido!

sábado, 9 de maio de 2009

Dinheiro? Eu quero é tempo!

E ainda me pergunto quem foi o maluco que disse que um é igual ao outro. Leiam minha mini-crônica/poesia/texto literário/não sei que nome dar a isso:


Quinze minutinhos! O que são quinze minutinhos? E quatro deles? Uma horinha. Hora que pode parecer longa. Longa para quem assiste uma aula, para quem aguarda a meia noite do natal. Mas não é a mesma hora pra um casal conversar, nem a mesma pra jogar aquele novo game na locadora. Uma economia formidável de energia para o mundo, se desligada por uma horinha, curtos quartos de quinze minutinhos. Não se pode responder a uma prova de matemática em quinze minutinhos, mas e em um quarto de hora, será?

Contam-se os dias para o aniversário. De minutinhos, passam-se as horinhas de pequenos dias com vinte e quatro delas. Essa caminhada é longa, trezentos e sessenta e cinco dias. Que palavrão! Não é o que a Terra acha. Pedindo por mais quatro horas, alcançaria apenas um circuito completo. Ora bolas, se onze meses são quase doze, por que com dezessete não existe dezoito? E por que com dezoito, não sou mais dezessete? O dezoito acha que pode tudo. O dezessete, mente que pode.


Tempo ingrato, ingratidão servil. Cuja vida lhe dedico, pra que tanta clausura? Não amanhã, nem daqui uma semana. Quando eu quiser. Quando eu me permitir.


Luiz Fernando