sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A arte de enganar a si mesmo

Já conheci um pouco de bastante coisa. A música de Bach, a pintura de Frida Kahlo, o novo jogo do Playstation 3, o último filme de comédia romântica hollywoodiano que está no cinema. Para algumas dessas, é prestigioso dizer "eu conheço, eu aprecio". Para outras...Nem tanto.



Com o avanço da internet e da internet banda larga, o acesso à cultura está se tornando cada vez mais fácil. E com ele, o surgimento de centenas de "geniozinhos" espalhados pelo globo. Eles são pessoas que citam Nietzsche, Dostoiévski, Rosseau, que ouvem música erudita e rock alternativo, que conhecem o teatro espanhol e toda a literatura inglesa. Ah, é claro, tudo isso descoberto pela wikipedia e semelhantes. E eles se proliferam rápido. Em um piscar de olhos, ouvir uma música eletrônica virou blasfêmia. Ver um filme qualquer para se divertir virou fútil. Aliás, "futilidade" se tornou o carro-chefe das ofensas utilizadas pela geração de intelectuais mirins. (leiam o post "Futilidade?", do ano passado)


E o que o indivíduo comum - consciente de seu papel na sociedade, e querendo, como todos, se incluir num círculo de amizades - faz? Ele se encaixa, e da pior forma possível. Como? Ele passa a ouvir, assistir, ler e respirar tudo aquilo que é considerado "culto" por esse círculo que o envolve.E já não basta o fato de conhecer algo que provavelmente não vai gostar, engole o produto, obrigando-se a acreditar que a qualidade do mesmo é indubitável e intocável. Se ele não gostar, é ignorante. Se não aprovar, se não sentir prazer ao apreciar tal obra, é um inferior.

E não estou questionando a qualidade de nada citado anteriormente, ou qualquer outra. Mas o que é a arte? Ninguém faz algo que não gosta. Os muitos que criticam o fato de existirem "ovelhas" da mídia, que seguem as tendências de tudo que está na tv e no rádio, são os mesmos que se tornam escravos do que julgam "culto". E se é pra fazer o que não gosta só pra agradar os outros, que diferença faz se é com algo "inteligente" ou não? Nenhuma. É simplesmente uma grande hipocrisia para se elevar diante de outros. Não se come aquilo que não se gosta.




Apesar de gostar muito de livros e de conhecer estilos de escrita, uma das matérias que mais odiei no colegial foi literatura. E por quê? Simples, era obrigado a ler, e não levado a conhecer algo por vontade própria. Na escola, vivem lhe colocando na cabeça que você deve conhecer isso, isso e aquilo. Mas nunca perguntam se aquilo lhe agrada, se é isso que quer.

Nós precisamos entender que para tudo existe um equilíbrio. A vida não se trata apenas de estudar ou buscar as profundezas do intelecto. Mas também não é uma eterna bagunça. É um mesclado de ambos, na medida certa. Não se obriga a fazer o que não se gosta. É simples, e se todos pensassem assim, talvez as pessoas procurariam mais, por si só, pelos melhores filmes, pelas melhores músicas...Enfim, sem uma obrigação de se tornar um cidadão superior a ninguém, sem a prepotência de ser mais inteligente.

Que tal seguir o caminho que mais lhe agrada?

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Vivendo ao lado

A dor é relativa.


- Mãe, estou triste. Acabei de terminar com a Michele. Acho que não irei à escola amanhã.

- E eu com isso? - respondeu uma mãe zangada. - Mas é claro que você vai. Fica aí reclamando da vida por qualquer coisa. Enquanto você chora por um namorico de alguns meses, por que não vê que outras pessoas têm problemas muito maiores que os seus? Veja a Carmen. Perdeu o marido no acidente de carro, depois de 25 anos de casamento. ISSO É SOFRIMENTO! Vê se para de graça e vá dormir que amanhã, você irá pra escola SIM.

Diante de tal argumento, o filho se cala, e acaba se convencendo de que não tem motivo algum pra ficar triste.


[...]


- Poxa, hoje é natal e eu só ganhei uma camiseta, como sempre. Que porcaria! - dizia o menino. - Preferia não ganhar nada? Ou pior, não ter nem como se alimentar? Agradeça por ter uma casa para ficar nesse natal, por ter uma família, ter comida. Mal agradecido, olha que deus te tira isso tudo, hein? - retrucou o avô.

E mais uma vez a tristeza de um indivíduo desaparece em meio à reflexão dessa tal de "sentimento relativo".

Estes dois exemplos são clássicos da vida de cada um, e com certeza, sob tantas outras formas, já devem ter aparecido em nossos cotidianos. A velha mania de comparar refrigerante com vinho.

Nossos dias são cobertos de uma porção de sensações, que brincam conosco constantemente. Acordamos de mal humor, somos recebidos por um belo café da manhã e um sorriso de nossos pais, chegamos à escola e recebemos uma deprimente nota vermelha numa prova, recebemos uma promoção no trabalho, vemos tragédias na televisão que acontecem em todo o mundo, e até mesmo choramos com o filme ou a novela. O "vai-vem" é o que compõe quem somos. Alguns com mais problemas, outros com menos, e cada um lidando de uma forma com a sua situação.






Ninguém vive em estado absoluto de felicidade, bem como não há como viver em eterna depressão. Mas se o "bom" é tão agradavelmente recebido pelas pessoas, por que é que o "ruim" não é? Se ambos fazem parte do que somos, por que banalizar a tristeza? Não estou dizendo para vivermos infelizes, muito menos para procurar motivos pra sofrer. Mas impor um respeito ao que nos limita como ser humano. Entender o porquê da tristeza também é importante. Refletir sobre a própria existência, estabelecer autocrítica, mudar algo.

Não é porque "existem problemas piores", que o seu problema não é importante, que sua tristeza não deve ser levada em consideração. Se fôssemos pensar nessa lógica, ser feliz também não é possível, pois com certeza existem pessoas muito mais felizes o tempo todo, com vidas bem melhores do que a nossa. E não há psicólogo, ou seja lá quem for, que nos diga o que é forte o suficiente pra derrubar nosso ânimo, ou elevar o entusiasmo. É algo particular, individual. Um exercício de você, para você mesmo.

Coisas ruins acontecem, e sim, elas são importantes. Não existe nenhuma "relatividade de dor", nem nenhum parâmetro para isso. Devemos estar preparados pra tudo, e acima disso, preparados pra superar tudo. SUPERAR, e não negar a nossa realidade diante de outras ditas "piores".

Ser humano é sentir, existir, respirar, e viver o mundo que nos cerca.


A dor não é relativa.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O jogo social

Ao conversar com outras pessoas, conhecer novos ambientes e observar diálogos alheios, tenho parado para refletir. Entramos em cada situação engraçada, que nos impõe uma conduta falsa e um resultado mais falso ainda. O que seria do mundo social se as "mentirinhas" não existissem?



Para não confundir, vou exemplificar. Decidi, depois de alguns anos, voltar a festejar meu aniversário em casa, convidando amigos e fazendo um churrasco. afinal, era especial: 18 aninhos. Convidei até quem não quis, evitando problemas com "conhecidos". O curioso é que mesmo sendo abrangente nesses convites, se eu convidasse certos "conhecidos menos conhecidos"(passarei a chamá-los de CMC no texto), seria até estranho da minha parte, já que nossos relacionamentos resumem-se em "oi, tchau, boa noite".



No transporte escolar, tenho dois amigos, e o restante, CMC. Por que cmc? Por educação, o correto é comprimentá-los, desejar boa noite e outras coisas. A maldita socialização falsa que eu tanto desprezo. Acharia muito mais prazeroso entrar sem falar nada, e sair igualmente. Mas vêm nossos amigos da educação e criam termos pejorativos como "metido, arrogante", rotulantes dos que pensam como eu. Para evitar, faz-se o joguinho social. Quem é que quer ser tachado de coisas ruins pelos outros?

Fiz de tudo para convidar os dois amigos sem citar as palavras "festa" e "aniversário", para não constranger os não convidados. Mas não deu para evitar, em um momento ou outro acabei falando sem querer. E com os comentários e mais comentários, em algum momento eles captaram o meu desprezo. Uma sensação engraçada passava pela minha cabeça a todo momento que os via. Parecia que a cada vez que os olhava nos olhos, eu dizia "eu sei que você sabe da minha festa, e você não está convidado". Mas como eu disse, seria mais estranho se eu convidasse os cmc.

E o pior é que de vez em nunca, trocava algumas palavras com um ou outro dali. É o que costumo chamar de intimidade relâmpago. Você sabe da existência de alguém, mas nunca conversa. Por um acaso, passam alguns momentos dialogando, falam de tudo, mas no dia seguinte já se tratam na base do "oi-tchau" novamente. Acabava me dividindo...Quem é o "eu" que convida essa pessoa: o de todos os dias, ou aquele que já teve a intimidade relâmpago? E a sensação engraçada persistia. E foi um tormento. A cada vez que alguém me tratava bem ali dentro do transporte, eu me chateava. São conversas que ocorrem pelos olhos e não pela fala em si. Ambos sabem da situação, mas evitam comentar para não constranger.


Em outra situação...Pensemos em um casal. Ele a ama, e é recíproco. Noite de cinema, shopping e muitas mulheres bonitas passando. Ele passa pelos amigos solteiros e, apesar de não ter seu amor diminuído pela namorada, pensa: eu poderia estar com eles. Ele não olha para nenhuma, com medo da repressão dela. Mas ele quer. E o mesmo com ela. Ambos guardam tais desejos no mais profundo e inacessível canto da cabeça, e tentam não tirar mais de lá. Por quê? Não é mais fácil assumir que os dois são seres humanos e sentem atração pelo sexo oposto, independente de se amarem? Uma coisa é respeitar o namoro, outra é respeitar a si mesmo, e a seus "instintos".


Voltando a falar de amigos. Pegando carona em meu texto "O tempo destrói, o tempo transforma", imaginem agora um amigo que o tempo já apagou. Alguém, que apesar de ter tido um grande histórico de passeios, piadas internas e assuntos, hoje não passa de mais um que exibe uma foto em sua página de conhecidos no orkut(se é que ele está lá). Um dia vocês se encontram, e o constrangimento interno é inevitável. Ele está namorando, a irmã dele viajou pra Itália, ele arranjou um emprego na empresa que você sempre quis. Talvez vocês nem se lembrem direito do nome do outro. Mas o diálogo com certeza envolverá frases do tipo "que saudades, cara! por que não me contou todas essas novidades?" Á resposta é óbvia, mas não é ela que vem à tona: NÃO CONTEI PORQUE NÃO SOMOS MAIS AMIGOS, NOS AFASTAMOS E EU MAL LEMBRO DO SEU NOME. No lugar disso, temos: "pois é, cara...ando sem tempo, estou trabalhando muito, mas vamos marcar algo aí...manda um scrap lá no orkut...blablabla, abraço". O famoso "vamos marcar algo aí" já é marca registrada dos ex-amigos. E ambos a engolem como se fosse normal, mesmo que por dentro saibam que não vão marcar nada, em momento algum. Tudo em nome da educação e dos bons modos. Mas é assim mesmo, uma mentirinha aqui, outra mentirinha ali, e assim convivemos em grupo.


Às vezes me sinto mal por pensar assim, e garanto que muitos discordarão. Mas me resta perguntar: viver entre pessoas é viver mentindo? Quantas vezes por dia somos obrigados a inventar, aumentar, diminuir, esticar, puxar e inverter fatos, e até a nós mesmos para que não criemos problemas?







P.S: Agora sou colunista do site de Itu(www.itu.com.br), visitem minha página!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A dialética do ser

Calma! Não é um texto de filosofia, muito menos acadêmico. O que pretendo definir a seguir, é um pensamento que desenvolvi nas aulas de teatro, e que tem me ajudado a "aceitar" melhor as pessoas como elas são(ou tentam ser).

Em primeiro plano, vamos definir dialética.

A dialética pode ser descrita como a arte do diálogo. Uma discussão na qual há contraposição de idéias, onde uma tese é defendida e contradita logo em seguida; uma espécie de debate. Sendo ao mesmo tempo, uma discussão onde é possível divisar e defender com clareza os conceitos envolvidos. (http://www.infoescola.com/)

Simplificando, é a contraposição de ideias. Falar de um determinado assunto expondo claramente as várias facetas de tal.

Em uma história infantil, como Branca de Neve, temos o binômio bem x mal sendo mostrado de uma forma extremamente simples e bruta. A Branca de Neve, totalmente pura, e a Bruxa, totalmente má. Elas são as 'facetas' sendo mostradas de uma forma que não ocorre na realidade.Talvez essa forma de enxergar as coisas tenha um pouco a ver com o público alvo. Crianças são mais "puras", por assim dizer.

Já em Os Últimos Passos de um Homem(Deadman Walking), um dos filmes mais conceituados com o ator Sean Penn, o rumo é outro. O personagem central, Matthew Poncelet, é um assassino cruel, revoltado e complexo, que aguarda sua execução. Temos aqui um protagonista dialético. Com a mesma intensidade de "maldade" que Matt inicia sua história, ele se arrepende. A cada cena, fica a dúvida: "como é que ele vai reagir? Quem é esse personagem?"; A cada fala, uma interpretação diferente de suas atitudes e de seus objetivos.

Até hoje não sei dizer o que acho de Hannibal Lecter, o famoso psiquiatra canibal dos cinemas. Suas atitudes entravam em contraste o tempo todo com sua inteligência e habilidade para compreender, solucionar e surpreender. Um criminoso perigoso e sem escrúpulos? Um gênio? Não sei. É simplesmente uma personagem fascinante, e de grande complexidade. E desse, existem muitos no mundo do cinema, e por que não dizer no mundo real?

Parafraseando o personagem Dean Winchester(do seriado Supernatural): “Demons I Get, people are crazy“. A lógica nem sempre é inerente ao ser humano, nem a seus padrões. Entender a si mesmo é penetrar um mar às cegas, é respirar do pó e das cinzas de uma terra abatida e nebulosa.

Se entender a si mesmo é difícil, imagine o próximo. Pior então os que não estão tão próximos assim. Ninguém é formado por características inteiramente puras. Não somos desenhados, nem desenvolvidos por algum tipo de software. Cada um com seus defeitos e oscilações de temperamento. Ninguém consegue ser a mesma pessoa o tempo todo. Um dia tratamos todo mundo bem. Já no outro, queremos evitar conversa. Por um momento, tentamos socializar em todos os lugares, já em outro buscamos um canto para ficar só. Faz parte de nosso modo de ser, e devemos nos respeitar por isso.

Não seguimos padrões. Se entender o ser humano fosse fácil, não precisaríamos de psicólogos, psiquiatras, sociólogos e outros profissionais que dedicam a vida a entender um pouco dessa essência, desse complexo emaranhado de possibilidades e características pessoais que é reservado a cada um de nós. Ser humano vai além da compreensão. É simplesmente ser.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O tempo destrói, o tempo transforma


Mudando um pouco do padrão de minhas postagens mais recentes, deixo aqui mais uma "crônica" minha que discute os efeitos do tempo em nossas vidas, em nossos caminhos e em nossas escolhas. Espero que gostem. (:




Diálogo

E
o filho contava, com alegria, a seu pai - O Tempo - tudo que havia conseguido na vida até então...



Tenho vivido momentos incríveis, conhecido pessoas maravilhosas e cada precioso sentimento deste mundo. Não vejo como melhorar.

Meu namoro com a Andreia está uma maravilha, nunca brigamos, eu a amo de verdade, e é pra sempre. Não há nada que nos separe.


A faculdade está cada vez melhor. Meu curso é, sem dúvida alg
uma, aquilo que procurei para me realizar. Serei um biólogo dedicado quando me formar, e cuidarei do planeta como se fosse meu próprio corpo. Quero conhecer mais e mais, desvendar mistérios, viajar e descobrir novas culturas, ajudar pessoas. E isso nada vai mudar. Estou convicto de minhas ações futuras.

Tenho os melhores amigos que essa sociedade pode fornecer, me ajudam, me apóiam, e confio neles cegamente como se fossem de minha família. Não tenho nada a reclamar. Eles me fazem rir, me animam nos piores momentos, me completam tanto quan
to a Andréia. Não vejo como me separar deles. O que mais eu deveria extrair da vida?

O Tempo registrava cada expressão de seu filho, já prevendo o que viria a seguir, mas parecia não se animar com tanta positividade. Após ouvir tudo, começou a falar, com o mesmo rosto sombrio e seco, que antes prestava atenção ao filho...

Andréia não é para você, e o namoro logo chegará ao fim. Estará cansado dela. Vocês não devem ficar juntos. Ela te enjoa, ela te irrita, mesmo a menor das manias dela te corrói por dentro a cada instante.

Esse seu sonho de salvar o planeta, desista dele. Não vai te levar a lugar algum, e você só vai descobrir que quanto mais correr atrás, mais descobrirá da desgraça da humanidade. Mas não desanime, talvez encontre outra fonte para sua ânsia de descoberta e conhecimento. Quem sabe, algo melhor ainda.


Definitivamente, seus amigos te limitam. Eles te fecham em um mundo pequeno. Você não gosta deles, você enjoará fácil de tal companhia. Viajará e conhecerá pessoas novas, e a cada passo em sua vida, novas surgirão. E não se cansará de fazer novas amizades. Esse mesmo círculo se afasta a cada dia que se passa, a cada pensamen
to seu. Filho, você me obedecerá, e sem pestanejar, continuará a construir a sua trilha.

Apesar de infeliz, por ora, o filho ouve tudo e obedece sem perceber. A voz de Tempo não sai de sua cabeça, e ele vai continuar pensando de formas diferentes pelo resto de sua existência.

-


O passar dos anos destrói pensamento para colocar outros, em troca. Tudo aquilo que hoje, pode ser o melhor, talvez não signifique nada depois. É por isso que vagam tanto pelos clichês do carpe diem, viva o hoje, viva o presente, e etc.

A única coisa que o tempo não consegue modificar é aquilo que já passou, aquilo que ficou guardado. As lembranças não são mentiras, elas existem, e realmente aconteceram. Dizer que ama alguém hoje e não amar mais no futuro não é ser falso. É algo comum, que pode acontecer a qualquer um. Mudar de carreira, mudar de sonho, até mesmo mudar o estilo musical. Não é falta de personalidade nem falta de rumo. São opções que o tão citado tempo nos atribui de pouco em pouco. E o que nos resta, senão seguí-las?





segunda-feira, 6 de julho de 2009

Pijamas do fashion

Você penteia o cabelo para dormir? Coloca sua melhor camiseta e calça para passar o dia em casa sozinho? Coloca perfume, faz escova, chapinha, pinta as unhas, passa gel, e mais uma porção de coisas para ficar vendo TV sem ninguém? Se tiver respondido "não", e estiver incrédulo neste momento, provavelmente concordará com este post.




Com o mínimo de vaidade, qualquer pessoa é criticada, quando exposta à seguinte questão: "Você se preocupa com o que pensam?" Já é um clichê, uma obrigatoriedade das conversas, quando alguém começa a se arrumar demais, ou a perguntar "o que vão pensar? o que vão dizer?", e como sempre, todos sentem mal ao cair na realidade de que estão mais preocupadas com o mundo externo do que com si mesmas, e com o conforto de tal roupa, ou seja lá o que for.

A opinião alheia não é tão fútil como tachada por aí. Nem deve ser motivo de vergonha para quem se preocupa com ela. Tudo que fazemos neste mundo, é pensando no próximo, sendo egoísta ou não.

Quem estuda medicina, quer ser médico não para cuidar de si mesmo, mas de uma comunidade. E quer fazer isso bem, para ter uma boa imagem, para salvar mais vidas, ganhar mais dinheiro, ter uma boa vida, para que seus filhos e esposa também tenham tudo do melhor.

Eu, que faço jornalismo, quero desenvolver minha forma de escrita, meu raciocínio e meu conhecimento, para ampliar as formas de divulgar informação, e fazer com que outros consigam compreender melhor o mundo que os abriga. Com isso, ganharei nome e importância, dando maior credibilidade aos meus textos, chegando às mãos de mais pessoas, melhorando o fluxo da informação anteriormente citada. Não estudo pra escrever pra mim mesmo, de forma alguma.

Logo, quando nos arrumamos, OBVIAMENTE É PARA QUE OS OUTROS VEJAM E GOSTEM. Em um primeiro encontro, ficamos nervosos porque a primeira impressão está sendo escrita ali. Tudo é baseado nessa opinião alheia, pois vivemos em conjunto e não sozinhos. Não há necessidade de viver na hipocrisia de que vivemos por auto-suficiência e dizer que nos bastamos, porque todos sabemos que não é assim, só falta sair do armário.(ui)

Mas me dêem licença, que vou arrumar o cabelo para dormir agora.


P.S.: O post veio de uma conversa com a Bárbara, em uma conversa de msn. Muito boa, por sinal. :)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

As verdadeiras "sitcom"

The Big Bang Theory, How I met your mother, Friends, ou os brasileiros A Grande Família, Os Normais, Sai de Baixo. O que eles têm em comum, além do rótulo de situation comedy? Risadinhas manipuladas. Naquela situação boba, pela qual você jamais riria...Vem o famoso "HA-HA-HA-HA-HA"(o "saco de risadas", como é conhecido) de fundo, e qualquer um mergulha no bom humor imediatamente.



Estes são os personagens principais da sitcom "How I Met your mother"(Como eu conheci a sua mãe). Apesar de engraçado, muitas vezes percebemos que nosso humor está sendo controlado pelos "sacos de risada", e não pela piada em si. A história gira em torno de fatos extraordinários e além de nossa imaginação, como relacionamentos, brigas entre casais, festas de amigos e amor. Sim, a nossa realidade. O cotidiano de todos nós(ou da maioria), sem nenhuma grande diferença ou efeito especial que assuste. A partir daqui, entra o meu ponto, que se relacionará muito com o post A Cinematografia Real.


Clausura pessoal

Acho que não há muita necessidade em tirar toda a conotação das minhas palavras acima. Ironicamente, eu provoco: será mesmo que essas risadas são manipuladas e as piadas são bobas?
Uma "técnica" usada muitas vezes, nesses seriados, é a do Reductio ad absurdum, que é literalmente, reduzir alguma situação ao absurdo, de forma a mostrar a contradição nela vista. Nisto, uma simples piadinha boba pode nos deixar pensando algum tempo, sobre esse cotidiano que temos, sobre coisas que NÃO refletimos, ao declarar a obviedade, o tempo todo. Reduzir ao absurdo pra que nos toquemos do que realmente somos, e do que precisamos.

Acredito que todos vivemos no "automático", em boa parte do dia. Construímos algum tipo de personalidade, reações a certos "estímulos", e depois só reproduzimos a cena em diferentes ambientes. Isso se torna tão rotineiro e igual, que acaba ficando sem graça. SEM GRAÇA. Ao nos fechar nessa "sala", perdemos um grande sentido de tudo o que está a nossa volta, os momentos deixam de ter sentido, a graça de deixa de ser engraçada, a vida em si, passa de real, a filme. Como citado em "a cinematografia real", estamos deixando o fictício se tornar verdadeiro, e vice-versa. Ficamos chocados com os filmes, mas não nos chocamos com a realidade. Choramos com a morte de um personagem, mas não com a morte de um ser humano.

O que entra em ação nos "sacos de risada" dos seriados é muito mais que uma manipulação. É um estímulo ao coletivo. Se todos estão rindo, sua sala pessoal vai se desmaterializando. Seu mundo de problemas sem solução, suas crises, suas preocupações, tudo fica em segundo plano. Depois de algum tempo, nem dá mais para perceber essa tal risadinha, e o telespectador acaba se abrindo ao humor de uma forma muito ampla, percebendo os detalhes. Por que limitar essa liberdade apenas à TV?

Este mundo reproduzido nas piadinhas, esses personagens engraçadíssimos, eles existem. E COMO EXISTEM. Só nós é que não percebemos quão personagem somos, a cada novo momento de nossas vidas, com todos os humores, todos os papéis, todas as expressões, amores e ódios.

Eles nos imitam, não o contrário.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

As ideias, além de um diálogo

Algumas postagens atrás, e eu falava sobre o grande poder do diálogo, e sua importância na vida. Citei Clube da Luta e os 'single serve', relacionei o amor e a tendência da falta de comunicação que vem crescendo cada vez mais, como podem ler aqui.

Hoje, apresento uma forma "diferente" de analisar a situação. Partindo do princípio 'óbvio' de que o diálogo citado por mim reforçava o compartilhar, e o emocionar das falas, o impacto na vida alheia de maneira positiva, e até chocante...Mostro-lhes que com algumas experiências, descobri por mim mesmo(e não por conselhos ou livros, que sempre achei que por mais que digam a verdade, não se tornam verdadeiros até que sejam presenciados) mais formas de dividir qualquer conteúdo. E além disso, que o diálogo nem sempre é bem-vindo.

Nada melhor que um grande diálogo, de um famosíssimo "casal" dos cinemas para ilustrar o pensamento que virá a seguir...


Sim, Pulp Fiction! O melhor filme, na minha opinião, do sujíssimo Quentin Tarantino. Pouco antes destes dois, Vincent Vega e Mia Wallace, estarem na cena apresentada(dançando muito bem haha), passaram por um diálogo interessante. Leiam trecho deste:

M: - Não odeia isso?
V: - O quê?
M: - Os silêncios que incomodam. Por que temos que falar de idiotices pra nos sentirmos bem?
V: - Eu não sei, é uma boa pergunta.
M: - É assim que sabe que encontrou alguém especial. Quando pode calar a boca um minuto e sentir-se à vontade em silêncio.
V: - Ainda não chegamos lá, mas não se zangue, nos conhecemos agora.

Não vejo como não concordar com cada palavra de Mia. De repente, conversar já não é algo tão fundamental que deva ser feito todo o tempo! O famoso "puxar assunto", é como forçar a outra pessoa a sentir interesse por você. Cumprir parte do "contrato social" de uma forma sem sentido e hipócrita. Entendo que como seres humanos, não estamos num filme em que todas as falas já estão prontas, precisamos de tempo para pensar nas coisas(TEMPO!). Não é fácil chegar nas palavras certas a se dizer, e muitas vezes as "idiotices" servem como ponte para tal, ou como sentença de vez, de que não haverá bom diálogo. Mas algumas pessoas fazem isso sempre, e não mudam. É "idiotice" em cima de "idiotice". Sim, nosso silêncio pode expressar tanto quanto uma boa conversa.

Em minha aula de teatro(ainda não falei nada dessas aulas aqui no blog, dedicarei algumas postagens ao assunto quando estiver afim :P), conheci um pouquinho de cada pessoa. E quase não há diálogos. Ao menos, não os "verdadeiros" nem forçados. A única coisa que vejo: pessoas participando de atividades diversas, muitas vezes até falando sozinhas, outras NEM FALANDO. Seus gestos, atitudes, criatividade e feitos acabam por construir uma imagem pessoal para cada um deles. Sem eu ter trocado palavra alguma com essas pessoas, as conheci, e de certa forma gostei, muito!

Pessoas se conhecem pela música também. Os gostos em comum convidam um grupo de amigos a ouvir música o dia todo, sem se preocupar com mais nada. E estão todos ali, curtindo. Sem conversa. Pra que estragar o momento? Até mesmo em uma partida de futebol, ou jogo de videogame, sei lá. Em todas essas situações, interagimos com essas pessoas sem trocar palavras(claro que ouviremos muitos palavrões e interjeições, mas isso não vem ao caso haha), e nos encontramos nelas. Eu nunca gostei muito de futebol, mas sempre percebi que os jogadores criam grandes laços de amizade, mesmo sem conversar muito. A partida une essas pessoas, e não a conversa. Isso pra qualquer coisa, em qualquer lugar.

Se eu achei que meu blog era a oposição da oposição, o que posso dizer após me "opor"(na verdade, só mostrar outro ponto de vista) a algo que já falei antes?


A oposição da oposição da oposição?

Faz sentido!

sábado, 9 de maio de 2009

Dinheiro? Eu quero é tempo!

E ainda me pergunto quem foi o maluco que disse que um é igual ao outro. Leiam minha mini-crônica/poesia/texto literário/não sei que nome dar a isso:


Quinze minutinhos! O que são quinze minutinhos? E quatro deles? Uma horinha. Hora que pode parecer longa. Longa para quem assiste uma aula, para quem aguarda a meia noite do natal. Mas não é a mesma hora pra um casal conversar, nem a mesma pra jogar aquele novo game na locadora. Uma economia formidável de energia para o mundo, se desligada por uma horinha, curtos quartos de quinze minutinhos. Não se pode responder a uma prova de matemática em quinze minutinhos, mas e em um quarto de hora, será?

Contam-se os dias para o aniversário. De minutinhos, passam-se as horinhas de pequenos dias com vinte e quatro delas. Essa caminhada é longa, trezentos e sessenta e cinco dias. Que palavrão! Não é o que a Terra acha. Pedindo por mais quatro horas, alcançaria apenas um circuito completo. Ora bolas, se onze meses são quase doze, por que com dezessete não existe dezoito? E por que com dezoito, não sou mais dezessete? O dezoito acha que pode tudo. O dezessete, mente que pode.


Tempo ingrato, ingratidão servil. Cuja vida lhe dedico, pra que tanta clausura? Não amanhã, nem daqui uma semana. Quando eu quiser. Quando eu me permitir.


Luiz Fernando

terça-feira, 28 de abril de 2009

Controvérsia

"Os feios aprendem que beleza não é tudo, e que o conhecimento e a inteligência nos levam a um ser muito mais "amplo" que o atrativo visual, o belo. Já os bonitos, aprendem que esse monte de livros e coisas são pra disfarçar um mundo chato e sem graça, em que a falta de aceitação da sociedade empurra outros modos de passar o tempo de vida restante." É claro que esta minha introdução é generalizada.

Assim sempre funcionaram as coisas. E assim vieram ditados bobos como "não existe mulher inteligente e bonita", e a mesma coisa pra homem. Mas eu sempre pensei:Os ditos "feios", julgam que a inteligência é superior ao estético, porque é algo que você adquiriu, possuiu com o tempo, e não simplesmente teve a "sorte de nascer bonito". Certas vezes penso diferente disso. A mesma sorte que um indivíduo tem pra nascer bonito, é a sorte que ele vai ter de nascer mais inteligente. Pra mim, isso de esforço vale muito, mas compete ao indivíduo saber o seu limite, e cada um tem o seu. Ou seja, chegando num dado limite, a pessoa não sai daquilo. Do contrário, qualquer esforçado seria o melhor do mundo em algo, e sabemos que não é bem assim.

Algumas pessoas nascem com talento, outras com dom. Alguns, já possuem muita afinidade com a leitura e com o estudo, outros detestam. Eu acredito que isso não seja apenas hábito, mas algo inato. Já conheci gente que veio de escola pública, com exemplos ruins na família, e que é apaixonado por ler. Mas apaixonado mesmo, dos que não sai no final de semana com os amigos para ficar estudando. Eu me pergunto: isso é esforço? Ou é do indivíduo, a grande vontade de conhecer coisas novas?

Sem falar que conheço muitas pessoas que odeiam estudar, nem lêem muito, mas normalmente se dão bem na vida, têm facilidade, e chegam em lugares que os "esforçados" muitas vezes não chegam. E tenho exemplos disso também, nada do que estou falando é vago. Já tive colegas em recuperação que pagaram até professor particular e estudaram horrores pra passar. Enquanto isso, outros que passavam o final de semana jogando video-game, nem de recuperação ficavam.

Chega num ponto em que não se pode dizer que a inteligência/competência do indivíduo é superior a uma beleza vinda da "sorte da natureza". Mas ambos. Eu não gosto muito de ler, pra ser sincero. Meu conhecimento, tirei de filmes, da música e de aulas que assisto. Já li muitas revistas de jogos, como a EGM e a Nintendo World, e só. Pra pegar um livro, só com muito interesse mesmo, ou para a faculdade. E mesmo assim, passei sem problemas pelo ensino médio e agora curso jornalismo. Isto, sem grandes feitos. Sem citar exemplos de alguns por aí que fazem de tudo sem estudo, destes que sabem matemática e física de cabo a rabo sem nem tocar em livros.


Sorte?

domingo, 26 de abril de 2009

A maturidade de um imaturo

Como todo título recente dos posts, mais uma confusão vem a seguir. Talvez não tão confusa quanto a anterior, mas para pensar como todas.
Adiantando, o que vou falar é sobre mim, e o "imaturo" do título sou eu. Após algumas sessões de saudosismo (reforçada por fotos e vídeos), relembrando as amizades do colegial(do jeito que eu digo, até parece que isso aconteceu há muito tempo, né? haha), senti uma coisa totalmente contrária do que pensei que seria quando chegasse na faculdade: saudade. Mas como é possível? Eu, que aguardava fervorosamente pelo jornalismo, pelos amigos maduros, pelo diálogo de conteúdo e por matérias interessantes, com saudades de uma época de bagunça, da farra e de "fazer nada"? Indubitavelmente, sim.
É como estar preso em um corredor, e uma porta de cada lado: passado e presente. Eu não vivenciava aquilo que sempre quis, mas ria muito, mais ria do que sentia falta de "maturidade" em mim mesmo. Já a faculdade é de uma chatice tremenda, e a cada dia perco mais o gosto pela "vida madura". E não, não é o curso. As aulas são ótimas, tanto quanto a profissão que virei a seguir. O que me inquieta são as pessoas, que de início, eu só avaliei que não estivesse habituado, ou que elas simplesmente fossem realmente chatas. Mas não são, eu é que estou diferente. De forma madura, assumo a imaturidade pra estas amizades e este ambiente. Se esta situação passará por mudanças com um amadurecimento, eu não sei. Talvez eu estivesse certo quanto à chatice. Talvez não. Mas uma coisa é certa: estou morrendo de vontade de fazer um churrasco falando asneira, com um bando de malucos que não são cultos nem querem resgatar alicerces filosóficos ou discutir música brasileira. Só não sei se este "regresso" é positivo, ou uma falta de perspectiva no futuro, e na evolução que passarei nos próximos meses, e anos.

sexta-feira, 27 de março de 2009

De volta ao Ônibus

Após algum tempo sem nem pensar em nada do meu livro, decidi voltar à ativa, e nessa madrugada terminei de escrever a história em si, num grande resumo. Para quem não sabe que livro é esse, ou do que se trata, confira ESTE POST que fiz ano passado. Alguns destaques:

- Ela não começará mais na casa de Murilo, mas sim dentro do ônibus.
- Algo revelador sobre seu pai será exposto através de alguns diálogos dentro desse ônibus.
- Murilo falará com todo tipo de pessoa, passando por uma garota fútil, um homem de negócios, uma idosa reclusa e até mesmo uma criança. Ah, e ele não será mais uma criança, e sim um pré adolescente um pouco mais maduro.
- O psicológico vai prevalecer o físico. A maioria dos personagens reflete, na verdade, um pensamento de Murilo através de sua viagem, que não será curta.
- Toda a história vai se passar em 30 minutos do tempo "real", mas uma situação tirará o relógio de cena.
- Somente Murilo perde a percepção do tempo, enquanto os outros passageiros estão com "pressa", e "descerão no próximo ponto", ou "em breve".
- Haverá outro personagem fundamental para a mudança de Murilo, ao final da história, que se mostrará além de quem é.
- Muito do que eu já postei nesse blog fará parte de alguns diálogos, e algumas citações vêm diretamente de filmes que comentei aqui, ou músicas que ouço.
- Sim, tenho grande afinidade pessoal com as características do personagens, mas o desenrolar da história é totalmente diferente da minha percepção. Lembrando que é apenas uma história, e não uma auto-biografia. :p

Enfim, conforme escrever mais, deixarei mais alguns comentários aqui, por enquanto é o suficiente. :D
Até a próxima postagem!

sábado, 21 de março de 2009

Segregação.

É simples, serei curto e grosso. Talvez não tanto, mas tentarei resumir esse post o máximo possível, porque o assunto é longo e polêmico.
As pessoas não conseguem conviver umas com as outras em grupo. A humanidade tende a se isolar, cada vez mais. Se é culpa da tecnologia, eu não sei, mas é algo que está nos afastando dia após dia de nossa própria essência. E como cheguei à esse pensamento? Do nada é que não foi. Explico!

No ensino fundamental, eu achava que as pessoas eram afastadas umas das outras, e um motivo me vinha em mente: somos todos crianças, não temos muito em comum, cada um tem uma criação. Quando estivermos no colegial, estaremos mais unidos por alguma coisa! O tempo passou, e cheguei no colegial. O que eu achei que fosse aproximar, distanciou todos. Começaram os namoros, os ciúmes, as brigas idiotas, os gostos musicais(que separam sim, não tanto pelo lado ruim mas sim pelo lado bom...Por criarem afinidade entre as pessoas), etc. Neste momento, estamos partindo do terceiro colegial, rumo à faculdade, e pensamos: É AGORA! Serão pessoas exatamente como eu, teremos os mesmos assuntos e vou achar os amigos perfeitos lá. E não Engaaaano! E não digo que não fiz amizade nenhuma, criei bons laços desde o primeiro dia de aula. Mas afirmo que não é como eu imaginava...Que só por ter pontos em comum com alguém, isso me faz amigo dela, ou alguém próximo. Alguns são tão perdidos quanto os que eu conversava no colegial, que nem sabiam o que fazer depois do ensino médio.

A cada fase de nossa vida, me parece que o individual toma parte do coletivo, ou seja, temos um desejo intelectual cada vez maior de se tornar o melhor, de nos afastar dos outros e de criar nosso próprio espaço e identidade. Não que isso seja ruim, mas acabamos nos isolando do restante...E criando aqui um paralelo com o post anterior, adquirimos uma certa arrogância, que ao ignorar a opinião alheia, se torna desnecessária e decadente. O individualismo nem sempre traz bons resultados, e a prova disso é a forma egoísta na qual estamos todos vivendo nos dias de hoje. A dosagem nunca é certa!

sexta-feira, 6 de março de 2009

A felicidade se contradiz

Ouvindo a música "Zazulejo" do Teatro Mágico(recomendação de uma colega de faculdade, a Bia), ouvi a seguinte frase:

"Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz."

Raciocinemos. Todos nós procuramos atingir a felicidade. Os poetas, os músicos, os filósofos, e qualquer religião também, de certa forma concordam que nosso maior objetivo é ser feliz, de alguma forma, seja lá qual for. Quanto mais inteligente, mais complexo, e por vezes, mais difícil de atingir essa felicidade. Alguns defendem que a mesma só é encontrada no amor, ao mesmo tempo que paralelamente estabelece uma espécie de dualidade do amor e dos sentimentos. Amar é ser feliz? A música, em todo o lugar, enfim, a felicidade.

Já os ditos "ignorantes, sem estudo, sem conhecimento algum da vida", são as pessoas mais felizes. Talvez por não conhecerem o mundo mesmo, mas o que importa é que são felizes. Segundo nossos grandes intelectuais, o grande objetivo da vida é se tornar inteligente ou ser feliz? E os que não sabem disso, a tem. Seriam então, os ignorantes os grandes sábios? Ou estão errados os que dizem que felicidade é a única coisa que devemos buscar?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A "erudição" nos tempos modernos - Artigo de luxo

Post da madrugada! :)


Como citado no último texto, estou na faculdade! Algumas novidades e discussões serão abordadas aqui com o tempo, conforme for interessante, e couber ao tema presente.
Aproveitando o embalo da primeira aula não introdutória(tava de saco cheio já dos "vamos conhecer um pouquinho tal coisa"), tivemos o primeiro "debate", que apesar de desorganizado, foi o que me despertou este título.




Numa iniciação em "cultura e arte", o primeiro conceito anotado foi: não existe conceito para cultura. Ela se encontra sob diversas formas, em diferentes aspectos. Dadas as cartas do jogo, iniciou-se uma discussão sobre a "cultura" do brasileiro. E vieram os jargões, as ladainhas de sempre. Culpa da mídia, culpa da tv, culpa do créu(eu mesmo citei essa hahahaha), culpa do Lula, culpa de Deus e seja lá o que for. O curioso é que as pessoas tentam parecer mais inteligentes do que são, usam e abusam do vocabulário exagerado, ora beirando a prolixidade, citam questões irrelevantes, e até mesmo se exaltam, levantando da cadeira e falando alto. Nada mais comum, o destaque sempre foi o maior objetivo de um profissional, de qualquer área, ainda mais na comunicação. Essa grande quantidade de informações adquirida pelo indivíduo acabe trazendo a ele um certo benefício que o diferencia dos demais. O problema é que alguns acabam acreditando que ele realmente é algo para gritar, para mostrar. É realmente gratificante entender as coisas, saber. Caso contrário, não estudaríamos. Mas insistir no que já é sabido, adentrar o óbvio, é o que traz ao "argumentador" o artigo de luxo. É como um objeto que ele possui, e mostra para todos. Acha que ler tal autor o fará muito melhor. Ver tal tipo de filme o trará maior credibilidade ou, talvez, inveja alheia. Que tipo de inteligência é essa, que compete sem usar a si própria? É ser inteligente sendo burro, praticar uma habilidade de forma errada. O intelectual está perdendo seu real sentido. Querem ser brilhantes? Comecem abandonando a ignorância!

Tentei ser o mais direto possível, e por essa razão, o post minúsculo. Até a próxima! :)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

E finalmente, a ausência de ambos.

Com um grande hiato que anunciava o fechamento do meu blog(ou quase), trago meus posts diários novamente à tona, e espero que desta vez, não falte tema.
Não sei se é de alguma importância saber de quem escreve, ou de sua vida, mas estou fazendo jornalismo na Universidade de Sorocaba, e gostando. Não tivemos aulas mesmo, apenas introduções às disciplinas, que serviram pra confirmar que é a carreira que pretendo seguir mesmo. Enfim, retomarei o assunto anterior, inacabado, 'a ausência de ambos'. Perdido? Leia aqui.

Enquanto a postagem anterior se referia ao desrespeito e falta de consideração com o próximo, está tratará do indivíduo por ele só.
Recapitulando!

"(...)o limite entre a diversão e a falta de respeito, e a outra face da moeda(que talvez nem seja tão oposta assim), que é a ausência de ambos, que será apresentada no próximo post."

Os ditos "nerds", seres cujo único alimento provém dos livros, montanhas de informação acumulada em pouco tempo de vida, famosos por características únicas, normalmente esteriotipadas da seguinte forma: anti-sociais, feios, desajeitados, etc. Acabam por transformar aquilo que todos detestam em entretenimento, e vice-versa. Uma ida ao parque pode se tornar um inferno, um relacionamento então?! Mas passar à noite decorando fórmulas e postulados, não. E antes que me apedrejem e digam que "nerds não são isso", e venham com papos chatos, já deixo claro que sim, estou me referindo àquele garoto que está sentado lá na frente da sua sala, que não fala com ninguém e nem gosta disso. Se você se considera nerd por jogar yu gi oh, ver mangá, ouvir heavy metal ou qualquer coisa assim, este post não se refere à sua pessoa.
Como dizem os americanos, "i know it sucks, but...", os esteriótipos estão aí, querendo ou não. É como nos gêneros musicais, muitas vezes acabam atrapalhando, mas não dá pra nao rotulá-los, a não ser que você goste de "se enganar" e comprar um sertanejo no lugar do seu rock, e por aí vai.

Desrespeito ou forma de vida?
Não é difícil notar que a realidade de alguns destes indivíduos é um pouco...Solitária. Sem muitos amigos, sem festas, e outros recursos que um adolescente precisa pra se desenvolver. Este futuro profissional acabará atuando em áreas da pesquisa, do desenvolvimento singular de algum projeto, e afins. Mas eu me pergunto: será mesmo que alguém é capaz de amadurecer sem estas bases? E não falo de alicerces acadêmicos, nem de títulos. Mas de uma boa amizade, ou quem sabe um diálogo contínuo com alguém. Todos precisamos disso. Nesse ponto entra o "desrespeito" a si próprio. Envolver-se à exaustão com o estudo, é prejudicar o próprio crescimento? Garotos de 13 anos agora passam em universidades federais. Outros, com 9 anos, já escrevem livros. A que ponto estamos?