domingo, 16 de novembro de 2008

O ônibus - introdução

Não há muito o que comentar aqui. Deixarei apenas o texto, que escrevi já há algum tempo, que seria a introdução de um livro de minha autoria(ohhhh). Até 2040 eu termino! Ah, sobre a foto...Achei divertida demais, e como foi o primeiro resultado que encontrei procurando por ônibus no google, deixei aqui!

Atualização - 16/11/2011: Escrevi esse post com 17 anos, pré-vestibular. Com outras ocupações, acabei deixando o livro para mais tarde.
Agora, aos 20, faltando apenas um semestre para finalizar a graduação em jornalismo, pretendo continuar com o projeto.


"Chamaram-me de ousado e de criativo ao conceber um nome a este livro, e a seguir, explicá-lo. Essas mesmas pessoas, após saber que tudo foi levado a sério, tacharam-me de louco e de sonhador. A certo ponto da escrita, e mesmo na introdução, cheguei a pensar que talvez fosse verdade, um garoto de 17 anos não escreve livros, estuda pro vestibular. Ah, o vestibular!
E a cada página, tudo transparecia, e admito: nem eu estava certo do fim disso tudo. Mas já que estava ali, posto a escrever, por que não continuar? A idéia me pareceu interessante, e não é a primeira vez que me indago a respeito. Ao meu ver, tudo que vejo, respiro e até mesmo sinto, é algo que pode ser posto no papel. Tudo que percebo, é algo que deve ser mostrado a todos. Jamais parei pra pensar se aquilo realmente traria impacto a alguém, pois as idéias são chamas em nossas cabeças que podem ser nada mais do que cinzas no mundo afora. Um ônibus, qual o significado disso? Por que tanta preocupação, tanto desvio de pensamento?
Acho que todo o sentido disso tudo começou de uma forma inocente e sem objetivos. Classe média, morando quase que literalmente "no quinto dos infernos", menor de idade, sem carro. O transporte coletivo era inevitável, e a paciência para tal, um tanto indesejada, nem tanto.
E desde meus 11 ou 12, sem certeza, eles são meio de locomoção para mim, mas o que demorei a perceber, é que não era apenas isso. Um meio social, um tubo de ensaio para estudo aprofundado, ali em constante transparência, mas parece que ninguém percebe. Passei a levar lápis e papel em todas as minhas "viagens", e anotar o que vinha em mente. Nada muito concreto, às vezes poesias, outras vezes o comportamento de algumas pessoas, mesmo sem ter certeza. Um hobbie, uma distração para ver o tempo passar.
Com praticamente um ano "brincando" dentro desse ônibus, vi que minhas anotações ultrapassavam um caderno, repleto de desenhos e análises sem sentido algum, mas algo chamou a minha atenção de forma a dar um sentido a todo o resto: a comunicação entre quem estava ali, as ações e as reações desencadeadas por tudo, desde um sorriso até um "pisão", ou o choro de uma criança. Fui mais específico, e tive a vontade de interagir com o cenário daqueles pensamentos que me prendiam tanto. Era hora de conversar, hora de experimentar.
Nas semanas seguintes, mais e mais anotações, sei que incomodei muitas pessoas desde então! Pensei em coisas para perguntar, mas nada muito planejado, afinal iria contra tudo aquilo que estava imaginando.
Logo, percebia não ser muito bem atendido por essas pessoas. Alguns ignoravam, outros, como meus amigos, chamavam-me de louco e sonhador, mesmo sem saber bem o meu propósito final, que acredito nem ter sabido na época, mas o meio já me alimentava a curiosidade de seguir em frente. E algo era evidente, tanto no contato físico quanto na conversa com todos eles: as pessoas não gostam uma das outras. Todas ali, a 30 cm de distância, num ônibus lotado, mas a única preocupação é com o tempo, é com o destino. Ah, tempo, se eu pudesse acabar com você! Tudo pensando em você, tudo feito em seu nome, tudo destinado à sua "vontade". Não posso ver mais TV porque o tempo não me permite. Preciso estudar porque tenho pouco tempo. Não posso mais conversar pois o tempo é curto. Por quê?
Assim foram algumas horas e alguns dias num período "pré-livro", até que mais uma coisa me chamou a atenção: Um garotinho, de menos de um metro e meio, cuja mochila parecia maior que seu próprio corpo, com ar de distraído, e expressão indiferente, por ora alegre. Era a pessoa perfeita para minhas anotações. Mas a conversa foi diferente, e ele pareceu muito interessado em tudo, até pediu pra desenhar em uma folha e fazer aviões de papel. Divertiu-se comigo. Falou de sua breve existência, dos pais, de tudo que podia lembrar, enfim, parece ter gostado de mim. Ou ao menos, parecia não estar preso como os outros. Era como uma cadeia, em que todos estavam algemados e ele estava em liberdade. Ele possuía a essência, a vibração e o olhar de alguém que não tem compromissos com nada e nem com ninguém. Ainda sem compromisso com a sociedade, talvez, mas existem pessoas assim que não dão a mínima pra ninguém, também. O que faz as pessoas se acorrentarem, o que lhes tira a liberdade? Por que evitar os outros? Já parou pra perceber, mesmo quando você encosta sua mão por engano em alguém no ônibus, logo eles se afastam e olham estranho. E isso vem desde a infância, com a velha frase, "não fale com estranhos". Uma doença social, eu diria, e pior, hereditária. As pessoas são ensinadas a evitar seus semelhantes, por medo, por insegurança. São obrigadas a se fechar em sua sala com seu dinheiro e com aqueles que ajudam a obtê-lo, muitas vezes com poucos laços verdadeiros, afastando-se cada vez mais do seu objetivo, por mais diferente que seja em cada vida. E pretendo desenvolver este tema abordado, com um garoto, Murilo. Alguém que passará por uma situação semelhante a minha, sem saber aonde está, nem pra onde vai, mas crescendo e desenvolvendo suas idéias, da forma mais simples possível."

3 comentários:

  1. Gostei, quero comprá-lo :D
    Bom blog ;D

    Aguardo sua visita ;D
    http://tiomah.blogspot.com/

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  2. Como já disse, adorei.
    Tenho um texto sobre um avião... Lembrei-me dele.

    Adoreei!

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  3. LEK VSF PRA ANDA MESMO SE TEM Q USA BOH TIME RING E UTANI GRAN HUR DPS SE MIN PAGA PELA DICA KKKKKKKKKKKKKKK FLW ARBASO $$$

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