Esta pesquisa foi realizada entre agosto e outubro de 2011, como parte do processo de conclusão do curso de jornalismo da Universidade de Sorocaba.
INTRODUÇÃO
O
uso de estrangeirismos na revista Rolling Stone é um tema que transita pelo
jornalismo cultural e pela sociolinguística. Dentre as diversas editorias da revista,
que trata de cultura, política e entretenimento, podemos observar uma forma
“moderna” de se escrever: gírias, expressões de internet e muitos
estrangeirismos, abusando de uma linguagem informal e descompromissada em
relação a alguns padrões jornalísticos.
A
sociedade pós-moderna está envolta de diferentes culturas dividindo um espaço
comum. Não apenas costumes, mas até mesmo formas de expressão, características
de determinado povo, passaram a ser “divididas” entre os países. No caso da
linguagem, alguns termos se tornaram universais, pelo uso excessivo. Palavras
como fast-food ou marketing são utilizadas no cotidiano.
Nem mesmo percebemos que elas não fazem parte de nosso idioma, e, mesmo assim,
são facilmente compreendidas. Esse fenômeno linguístico gerou uma série de
estudos e até revolta de alguns, que interpretam o estrangeirismo como uma
afronta à nossa cultura.
De
qualquer forma, o uso dos estrangeirismos - nome dado ao “empréstimo” de
palavras de outros idiomas – se tornou frequente em todas as mídias, até mesmo
nas mais formais, como no caso dos jornais diários. A maior concentração desses
termos se deu nas mídias que tratam de conceitos culturais ou mais específicos
– revistas de música e informática, por exemplo.
Algumas
palavras encontradas nesse tipo de publicação nem possuem uma tradução
específica em nosso idioma, como no caso de trash
ou fashion. Outras são amplamente
utilizadas em determinado assunto, e compreendidas pelos seus leitores, como
por exemplo, a palavra pop-rock para
quem lê reportagens sobre música.
Através
de uma leitura flutuante das reportagens da Rolling Stone, levantamos três hipóteses
que delimitam nosso estudo: a Rolling Stone não possui padrões gráficos para o
uso de estrangeirismos; a revista não impõe limites aos redatores no uso dos
estrangeirismos; os estrangeirismos aparecem com maior frequência nas edições
mais atuais da revista.
Para
realizar o estudo, selecionamos seis revistas Rolling Stone, sendo duas edições
2009, duas de 2010 e duas de 2011.
A escolha dessa quantidade de revistas foi baseada em
outros trabalhos com tema semelhante, como o da pesquisadora Rosemari Dalla
Libera, sobre os estrangeirismos na revista IstoÉ Dinheiro - julgando esse
conteúdo suficiente para a análise. As edições escolhidas foram: setembro de
2009, dezembro de 2009, março de 2010, julho de 2010, abril de 2011 e junho de 2011.
A
revista Rolling Stone mostra um grande número de estrangeirismos, em todas as
suas editorias – do cinema à moda, da música à política – e muitas vezes nem
destaca tais termos visualmente. Algumas palavras são comuns e de fácil
entendimento – rock, show, shopping,
já outras exigem algum conhecimento prévio do assunto – holding, misse-en-scené, expertise. Dessa forma, achamos necessário
um estudo aprofundado desses termos na publicação: como e quando são utilizados.
O
estudo foi feito pelo método da análise de conteúdo. Fizemos a leitura integral
dos textos das seis edições selecionadas, partindo de duas ferramentas para a
explicação das hipóteses: tabulação da ocorrência de estrangeirismos e
comparação das edições em três anos de publicação.
Através
de conceitos de estrangeirismo, compreenderemos se existe algum diferencial no
uso desses termos na Rolling Stone, e o porquê. Além disso, o estudo
possibilitará entender melhor a função dessas palavras em textos de editorias
culturais, verificando se estes são realmente necessários para facilitar a
compreensão de determinado assunto.
Todos os estrangeirismos encontrados nas seis revistas foram redigidos
e traduzidos, colocados em anexo. Junto deles, o registro de quantas vezes que
tais termos apareceram nas revistas, formando uma espécie de glossário.
Dessa
forma, poderemos expandir o conhecimento da linguagem do jornalismo cultural –
No momento atual, existem limites linguísticos ao tratarmos de cultura? Se sim,
qual seria esse limite? É aceitável abusar do “empréstimo” de palavras de
outros países em textos brasileiros? Essas questões poderão ser exploradas ao
longo do estudo, subindo mais um degrau na relação do jornalismo e do espaço
cultural divergente que passou a existir nos últimos anos, aproximando
costumes, gestos e expressões de todos os povos.
2.
METODOLOGIA
Para
o estudo aprofundado dos estrangeirismos na revista Rolling Stone, tomamos
alguns passos prévios: Em primeiro lugar, a pesquisa do histórico da revista no
Brasil. Buscamos autores que explicassem o surgimento desse meio de
comunicação, interligando com a criação da Rolling Stone, e o que ela trouxe de
diferente ao jornalismo de revista. A seguir, buscamos informações da linguagem
específica dessa mídia, de modo que a diferenciá-la de um jornal diário ou um
telejornal, por exemplo. Por fim, buscamos na internet o histórico da Rolling
Stone, no Brasil e no Mundo, especificando ainda mais as características da
publicação.
O
embasamento teórico, para Cás, deve ser:
Feito
mediante a busca dos subsídios ou dos pressupostos na literatura específica.
(...) seu objetivo é fundamentar o assunto da pesquisa num fundamento
bibliográfico criterioso e crítico de fontes cujo teor esteja relacionado com o
assunto do trabalho. (CÁS, 2008, p.111-112).
Para
focalizar o estudo, selecionamos seis edições: setembro de 2009, dezembro de
2009, março de 2010, julho de 2010, abril de 2011 e junho de 2011. Por meio da
análise de conteúdo, prosseguimos com a pesquisa. A escolha de três anos
diferentes de publicação (2009, 2010 e 2011) foi importante para estabelecer
uma linha do tempo na utilização dos estrangeirismos. De acordo com Moraes:
A análise
de conteúdo constitui uma metodologia de pesquisa usada para descrever e
interpretar o conteúdo de toda classe de documentos e textos. Essa análise,
conduzindo a descrições sistemáticas, qualitativas ou quantitativas, ajuda a
reinterpretar as mensagens e a atingir uma compreensão de seus significados num
nível que vai além de uma leitura comum. (MORAES, 2004, p.7-32)
Fizemos
a leitura integral dos textos dessas seis edições, separando e tabulando todos
os estrangeirismos presentes. Em seguida, agrupamos as seções (editorias) por
assunto: música, tecnologia, moda, política, literatura, e artes cênicas e
visuais.
De
acordo com Moraes:
Ainda que diferentes autores proponham diversificadas
descrições do processo da análise de conteúdo, no presente texto a concebemos
como constituída de cinco etapas, que são: Preparação das informações;
Unitarização ou transformação do conteúdo em unidades; Categorização ou
classificação das unidades em categorias; Descrição; Interpretação. (MORAES,
2004 p.7-32)
Contamos todos os estrangeirismos das seis,
separando em seis tabelas diferentes, cada uma com suas seções e assuntos.
Nessa mesma tabela, indicamos o número de páginas da seção, e se existe algum
termo estrangeiro com grafia diferenciada (como aspas ou itálico, por exemplo)
ou traduzido em parênteses.
Além disso, outra tabela foi criada para
contabilizar os estrangeirismos através dos anos, analisando se o seu uso
cresceu. Ao fim das tabulações, indicamos observações que foram ocorrendo
durante a contagem, e se tornaram pertinentes à pesquisa.
Reescrevemos todos os
estrangeirismos presentes em cada uma das edições, explicando o seu significado
e informando o número de ocorrências no geral. Dessa forma é possível perceber
a urgência ou não do termo estrangeiro para compreensão do texto.
Por fim, contribuindo com nossas
pesquisas, realizamos uma entrevista por telefone com o editor-chefe da Rolling
Stone Brasil, Pablo Miyazawa, que nos auxiliou na compreensão do tema, expondo
os critérios editoriais da revista.
3. ESTRANGEIRISMO
E CULTURA
Para
entender e conceituar os estrangeirismos da Rolling Stone, buscamos referencial
sobre a mídia que estamos estudando. Assim, tornou-se necessário conhecer a
história do meio de comunicação “revista” no Brasil, e como seu texto é
produzido.
3.1 História da revista no Brasil
O início da história da
revista no Brasil remete aos tempos da transferência da corte portuguesa para o
Brasil. Com a instalação da imprensa régia, em 1808, foi autorizada a impressão
em todo o território nacional. A primeira revista, conhecida como “As
Variedades ou Ensaios da Literatura”, de 1812, tinha a aparência de um livro e
publicava:
Discursos
sobre costumes e virtudes sociais, algumas novelas de escolhido gosto e moral,
extratos de história antiga e moderna, nacional ou estrangeira, resumo de
viagens, pedaços de autores clássicos portugueses - quer em prosa, quer em
verso - cuja leitura tenda a formar gosto e pureza na linguagem, algumas
anedotas e artigos que tenham relação cmo os estudos científicos propriamente
ditos e que possam habilitar os leitores a fazer-lhes sentir importância das
novas descobertas filosóficas (SCALZO, 2003, p.27)
O
Patriota surgiu um ano após a revista As Variedades, e buscava mostrar os
autores e temas nacionais. Mais tarde, outros surgiram: Anais Fluminenses de
Ciências, Artes e Literatura (1822), no Rio de Janeiro. A proposta era atender
a várias áreas específicas: médicos, engenheiros, advogados, cientistas e
outros.
3.1.1 A segmentação das revistas
brasileiras
A
primeira revista segmentada no Brasil surgiu em 1827 e se chamava O propagador
das Ciências Médicas, tratando de assuntos voltados aos profissionais da saúde.
Seguindo o raciocínio de segmentação, surge também Espelho Diamantino (revista
voltada ao público feminino), com temas como teatro, moda, literatura e artes.
Apesar
da variedade, havia um problema: os leitores não se mantinham fiéis à revista,
fazendo com que estas não conseguissem se sustentar por muito tempo. Muitas delas
chegavam a durar duas ou três edições e já acabavam por falta de leitores e
investimentos.
Com o lançamento do Museu Universal , em
1837, o mercado se reanimou. A linguagem simples, voltada a um público
“recém-alfabetizado a quem se queria oferecer cultura e entretenimento”,
segundo Scalzo (2003), trazia também imagens. Deste modelo surgiram tantas
outras no mercado, como O Brasil Ilustrado.
A “Marmota da Corte” foi historicamente
responsável pela chegada das revistas de variedades no Brasil, trazendo uma
grande quantidade de imagens ilustrativas, justamente por atrair também os
analfabetos, em grande número na época.
Finalmente, na década de 1860, podemos
destacar a publicação das primeiras fotos em revistas no Brasil. Em 1864, a
Guerra do Paraguai poderia ser vista claramente nas imagens divulgadas por
Semana Ilustrada.
Ainda em 1864, a fotografia vira destaque e é inserida nos periódicos
nacionais. No contexto, podemos destacar
A Revista da Semana, que inseriu no mercado a característica de atrair o leitor
por meio de imagens fortes e impactantes, chegando até mesmo a reconstituir
crimes em estúdios de fotografia.
Em 1928, o empresário e artista Assis Chateaubriand
lança O Cruzeiro, que apostava em grandes reportagens, com destaque ao
fotojornalismo. A publicação tornou-se sucesso anos depois, com mais de 700 mil
exemplares por semana, na década de 1950.
A importância de O Cruzeiro pode ser expressa
por inúmeros relatos históricos. Com suas matérias de temas nacionais e
estrangeiros e um “texto primoroso”, de acordo com
Scalzo (2003 p. 35.), era possível observar a frase “compre amanhã o jornal
Cruzeiro” em bancas de todo o país, com
jargões como “a revista que tudo sabe, tudo vê” ou “revista contemporânea dos
arranha-céus”.
Como principal concorrente da publicação de
Chateaubriand, Diretrizes se tornou influente, não se submetendo à ditadura
Vargas. Sob comando de Samuel Weiner e também de circulação mensal, a revista
contava com profissionais como Jorge Amado, Rubem Braga e Joel Silveira, por
exemplo. Para Faro (1999, p.78) Diretrizes era concorrente de Cruzeiro num
duplo sentido. Disputava o público leitor e disputava os melhores profissionais
do Rio de Janeiro.
A publicação teve grande repercussão com uma
reportagem polêmica, escrita por Joel Silveira – Grã-Finos em São Paulo, que
comparava a vida da elite com a miséria presente para grande parte da
população.
A revista acabou por questões financeiras,
problemas com a gráfica e falta de anunciantes. Para Faro (1999, p. 80),
“guardadas as diferenças empresariais e políticas que distinguem Cruzeiro de
Diretrizes, pode-se dizer que as duas revistas consolidaram a existência da
grande-reportagem na imprensa brasileira”.
Em 1952, surge a Revista Manchete, de Adolpho
Bloch. Imagens e fotografias exageradas foram característica marcante do
periódico, que, voltadas ao grande público, conciliava a acessibilidade que
Cruzeiro e Diretrizes não trouxeram.
Nesse momento, os textos jornalísticos
ficaram curtos, e as imagens aumentaram, dando a impressão de pouca informação.
Os temas principais se voltavam à cultura brasileira em geral, tratando de
manifestações, desfiles das escolas de samba, entre outros.
Esse formato editorial do “muita imagem e
pouca informação” acabou incomodando a nova classe média que estava se
formando. Eram jovens estudados, de nível escolar ao menos equivalente ao
segundo grau, ou mesmo ensino superior. Alguns autores, como Lima (1993)
consideram a Revista Manchete como um veículo de comunicação, mas não um
veículo de jornalismo. Muitas vezes, a noção de atualidade era distorcida, e os
critérios para se definir o que é notícia e o que não é eram ignorados.
Em
1966, as reportagens voltam à tona com Realidade. Com foco na objetividade da
informação, a publicação da editora Abril tratava principalmente de temas
políticos. A estrutura já inovava: baseavam-se no New Journalism dos Estados Unidos, em que o repórter vivencia a
realidade que pretende retratar.
Foram
feitas pesquisas de mercado antes do lançamento da publicação, que garantiriam
o sucesso de Realidade perante outras revistas como O Cruzeiro. Ela entraria na
vida dos leitores como uma revista de informações não especializadas. Para
Kucinski (1991, p. 57), Realidade surgiu “em plena revolução da sexualidade e
introdução da pílula anticoncepcional”, voltando as reportagens para temas
sociais, que discutissem a moralidade da família brasileira.
O maior
problema enfrentado por Realidade foi que as informações de interesse geral
acabavam sendo deixadas de lado em detrimento das informações segmentadas. A
televisão já cumpria bem o papel de resumir e dar velocidade as informações,
além de aumentar o valor da imagem.
A
editora Abril encomendou uma pesquisa mercadológica que levou à conclusão,
segundo Faro (1999, p.92) de que “as revistas ilustradas estavam com os dias
contados, e só poderiam ser substituídas por revistas de informação”. A
publicação semanal perdia atualidade, e consequentemente, espaço para a
televisão.
Em
1968, Victor Civita e Mino Carta, da editora Abril, criam a revista Veja, que
se baseava na americana Life. Os primeiros anos da publicação foram marcados por
prejuízos, mas em dez anos, Veja começou a conquistar seu mercado.
Veja
abordava política, cultura, economia,
além de possuir seções fixas sobre cinema, literatura e música e
entrevistas (as famosas “páginas amarelas”), que apareciam no começo de cada
edição. Com profissionais como Diogo Mainardi, Stephen Kanitz, Jô Soares e
Reinaldo Azevedo, a revista logo ascendeu.
Atualmente,
Veja é a revista semanal de informação de maior circulação no Brasil, superando
um milhão de exemplares. No ranking mundial, fica em quarto lugar. Partindo do
sucesso de Veja, surgem outras revistas semanais de informação, como Istoé,
Época, Afinal e outras.
Surge um novo conceito no mercado editorial
da revista: a “reportagem de serviço”. As publicações começaram a ser mais
direcionadas, como a Placar voltada ao esporte, ou Marie Claire para o público
feminino.
Para os autores Azevedo, Gomes Junior e Wehr
(2005), a revista é o meio que mais envolve o leitor com o tema tratado:
A
linguagem utilizada hoje pelo meio revista visa aproximar o leitor do seu
conteúdo e, dependendo do público a que se dirige, pode ser genérica ou se
aprofundar mais em determinado assunto, usando uma linguagem mais técnica. A diagramação
atual das revistas, em muitos casos, se assemelha a uma tela de computador e a
presença da imagem é obrigatória para ajudar na transmissão de informação.
(AZEVEDO, GOMES JUNIOR; WEHR, p.6)
3.2 A Revista e seu Texto
O texto em revista, longe do padrão
comum do jornalismo diário, se coloca como interpretativo e instigante. Em uma
matéria, é possível ver os detalhes do fato, uma proposta de reflexão sobre o
assunto, e uma visão minuciosa do contexto.
Nos primeiros parágrafos, diferenças já são perceptíveis em relação a um
texto informativo comum: muitas vezes o leitor imagina estar lendo um livro,
com descrições de objetos, de expressões, cheiros e sensações.
Segundo Vilas Boas (1996), é importante
construir um texto elegante e sedutor, para que o leitor não desista da leitura
dada a grande quantidade de informações. Desse modo, é necessário que cada
parágrafo tenha um tamanho ideal, não deve ser grande e nem pequeno, pois
também é um motivo de desistência de leitura. De acordo com o Manual de Estilo
da Editora Abril (1990) os parágrafos não podem ser “Nem tão curtos que façam o
texto ficar parecido com uma letra de rock brasileiro, nem tão longos que
lembrem os autos de um processo”, (p. 27)
A regra de tentar tornar tudo mais
conciso em uma matéria de revista, também vale para os títulos. Pois ainda de
acordo com o Manual de Estilo da Editora Abril (1990), “Os melhores títulos que você leu têm curtas e poucas palavras”. (p.22)
Assim, todos esses processos literários
têm como objetivo maior fazer o seu leitor imaginar o texto em imagens, como se
tivesse mergulhado em uma grande história.
Esse leitor sempre espera reportagens
completas, com acontecimentos analisados e interpretados. Assim, os
neologismos, coloquialismos e gírias, que quase não aparecem no jornalismo
diário, ganham espaço na revista, pois dessa maneira o texto ganha proximidade
da língua falada pelo seu leitor. De acordo com Vilas Boas:
Neologismos,
coloquialismos, gírias, são algumas formas abomináveis em textos de jornais
impressos. Na revista semanal de informações, tais recursos não são um mal em
si, que precise ser extirpado. Esses recursos devem ser evitados, mas não
rejeitados, Há casos em que serão de grande valia. Pense que a língua falada
está sempre anos luz à frente das gramáticas. (VILAS BOAS, 1996, p. 17)
A linguagem de revista também busca harmonia sonora e
evita palavras difíceis, isso impede um texto vaidoso e demonstra respeito a
quem está lendo a matéria. Devem se usar palavras simples e que expressam
exatamente o que o autor quis dizer, evitando confusão e termos repetitivos. “Só
use palavras necessárias, precisas, específicas, concisas, simples e, se
possível, curtas. Isto é, não diga nem mais nem menos do que você quer dizer”.
(MANUAL DE ESTILO EDITORA ABRIL, 1990, p 29)
Para chegar a um
texto ideal, Vilas Boas (1996) destaca as atitudes de enumerar, descrever
detalhes, comparar, fazer analogias, criar contrastes, exemplificar, lembrar,
ilustrar e dar testemunhalidade como primordiais, mas sempre respeitando o contexto
do assunto.
Podemos encontrar, nos cadernos
culturais dos jornais, textos com estilo parecido com os das revistas. O entretenimento
é sempre tratado de maneira mais leve já que o tema comparado à política e
economia parece menos importante. Já nas revistas, as matérias consideradas
mais importantes pelos jornais são tratadas e reproduzidas da mesma maneira
estilística que as matérias de cultura.
Com a proximidade do jornal, devido ao
estilo e linguagem utilizados em matérias de entretenimento, a revista busca
soluções para se diferenciar em conteúdo. Por exemplo, em um festival, a mídia
diária cobre todos os dias do evento, mas a semanal ou mensal não tem a mesma
oportunidade, e também não podem dar as mesmas informações que todos já
conhecem. Assim, a revista busca pautas que se conectam com o tema, por
exemplo, sobre
um festival de rock em que viria a banda Nirvana; em vez de detalhar o evento,
como os jornais já haviam feito, a revista irá publicar matérias sobre as
bandas que nasceram em Seattle que chegaram ao Brasil ditando novas tendências
para o rock dos anos 90.
O texto de revista muitas vezes assume
também um caráter atemporal. Os textos para jornais assumem uma urgência, de
tal forma que uma mesma edição, lida um dia após a sua publicação, já não
possui mais valor. Já a revista, apesar de também manter uma periodicidade
(semanal, quinzenal, mensal), pode ser lida no mesmo dia em que foi publicada,
ou mesmo um ano depois. E este fato se dá como verdadeiro devido à grande
quantidade de informações a respeito da reportagem publicada na revista. Em uma
matéria sobre uma banda, podemos ter uma informação urgente – um show que
acontecerá naquele mês – e ao mesmo tempo o atemporal – o histórico da banda,
entrevista com algum membro, análise de algum álbum, a importância do grupo
dentro de determinada cultura, ou mesmo uma visão sobre aquela cultura. Tal
formato permite uma visão mais ampla do assunto abordado.
O lead,
comum em matérias de jornalismo diário, perde a função nas revistas. O texto,
por não ser tão urgente, transmite a notícia da maneira desejada pelo repórter.
As notícias cruciais podem estar espalhadas pelo texto, bem como apenas no
final, buscando sempre uma forma de interessar o leitor, sem despejar todas as
informações de uma vez.
As fotografias de uma revista diferem em
alguns aspectos da fotografia de jornal. Em primeiro lugar, pela quantidade.
Elas podem ilustrar uma matéria tomando uma página inteira, ou mesmo duas,
podendo perdurar por todo o texto. Essas imagens podem descrever um
acontecimento, ou apenas chamar atenção para um determinado fato. As imagens
servem também como um complemento gráfico, gerando maior interesse pela
reportagem, além de tornar a leitura mais agradável.
O texto de revista também pode
“integrar” o leitor em determinado assunto. Por meio de exemplificações,
gráficos e depoimentos de especialistas, traça uma explicação completa de
determinado fato. Em janeiro de 2011, as revistas se voltavam ao trágico
acontecimento na região serrana do Rio de Janeiro, e veículos influentes como
Época, Veja e Istoé abordavam o acidente em sua matéria de capa. Dá-se
importância à explicação dos mecanismos biológicos que trouxeram a chuva à
tona, explicações sobre os equipamentos meteorológicos disponíveis e até mesmo
depoimento de vítimas. A matéria possui vida própria, na medida em que choca o
leitor, e emociona. O “urgente” perde a importância – como o número de vítimas
até dado momento, por exemplo – protagonizando discursos dos presentes,
histórias de vítimas e propostas de solução ao problema. A partir dessas informações, o autor do texto
pode opinar a respeito de soluções ao problema citado, por meio de bons
argumentos e conhecimento da pauta. “Construa-o com a mesma fome que o leitor
lerá”. (VILAS BOAS, 1996, p. 15)
A linguagem nos textos da Rolling Stone
é bem “solta” e descomprometida, abusando de gírias, expressões cotidianas,
alguns palavrões e muitos estrangeirismos. Não é incomum encontrar palavras
como “chefão” ou “merda” em uma reportagem musical, por exemplo. Ao mesmo
tempo, percebemos que esses textos podem ter uma grande densidade, explorando o
tema. Em alguns momentos, percebemos o jornalismo literário precedendo grandes
reportagens: o repórter conta todos os detalhes do cenário, os cheiros, as
sensações.
O jornalista também cria vida às
músicas, quando as descreve, caracterizando os sons como se fossem algo
material: “A música soou como uma porrada na orelha”, ou “os riffs suaves desencadeiam em um violino
que lamenta as notas que se sucedem”.
Os estrangeirismos, objeto de nosso
estudo, aparecem em excesso, por diversas razões, que explicaremos ao longo do
trabalho. Estão presentes em quase todos os textos, propondo uma linguagem
atual, com traços de diversos elementos culturais de diversas partes do mundo.
3.3 Histórico da
revista Rolling Stone
Buscamos algumas informações das origens
da revista Rolling Stone para conhecer melhor seu projeto editorial e que tipo
de leitor ela atrai. A maioria dos dados foi obtida pela internet, no website oficial do criador da revista,
Jann Wenner (2011), e de alguns colunistas americanos que abordaram o assunto.
Os textos, todos em inglês, foram traduzidos por nós. Em relação à edição
nacional, que é o maior foco da pesquisa, conseguimos as informações no website oficial da editora Spring (2011),
responsável pela Rolling Stone no Brasil.
3.3.1
Rolling Stone no mundo
Com mais de 12 milhões de leitores espalhados
por cerca de 30 países, de acordo com o site oficial da publicação no Brasil, a
Rolling Stone surgiu nos EUA em 1967, e cresceu de forma avassaladora desde o
início, fruto do trabalho do editor Jann S. Wenner. Com 20 anos de idade e recém-formado
pela Universidade da Califórnia em Berkeley, Wenner propôs uma mudança à
cultura americana: “tratar do interesses jovens, cujo poder de voz na mídia
aumentava cada vez mais.” (JANN, 2011)
Criador das publicações UsWeekly e Men’s Jornal,
tão bem sucedidas quanto a própria Rolling Stone, a história de Wenner tem suas
peculiaridades. De acordo com o autor Robert Draper, em “Rolling Stone Magazine: The UncensoredHistory”, o jovem teria
roubado um nome empresarial da Straight Arrow Publishing para avançar seus
primeiros passos.
De acordo com a reportagem publicada no site
Salon (2011):
(...)
Não haveria dúvidas a respeito do conceito editorial inovador de JannWenner: a
Rolling Stone cobriria rock 'n' roll para quem era, a mais poderosa força
cultural e política em uma época de tumulto generalizado. Ele arriscaria
entrevistas que outros não ousariam publicar, e mostraria, através da música, a
nova ordem social que estava a se formar. (SALON,2011)
Em
sua primeira publicação da Rolling Stone, Wenner já afirma: "não é só
sobre música, mas sobre as coisas e atitudes que a música envolve" (JANN,
2011). E no início, a proposta principal era essa, falar sobre músicas, e seus
desdobramentos. Com o tempo, a revista se expandiu, surgindo as primeiras
matérias abordando política. Assinadas por Hunter S. Thompson, traziam a
novidade do jornalismo gonzo. Segundo o Observatório da Imprensa (2011),
trata-se de “um gênero jornalístico caracterizado por acabar com a distinção
entre autor e sujeito, ficção e não-ficção. Um estilo subjetivo, pessoal,
repleto de aspas, sarcasmo, humor, exageros e xingamentos.”
Com a mudança de editor nos anos 2000 -
contratam o ex-editor da revista FHM, Ed Needham. Muitos duvidaram que a
publicação fosse manter sua qualidade dali para frente. Nesse período, a
transformação afetou alguns pessoas, como o colunista da New York Times, Samuel
G. Freedman. Samuel comenta, em um artigo publicado em seu website oficial:
Como
a maioria das outras revistas e praticamente todos os jornais, a RollingStone é
uma empresa privada que deve fazer um lucro para o sucesso, e seu balanço deu
conta de uma queda de 10% nas vendas em banca e uma queda de quase 25% em
páginas de publicidade durante os vários anos passados. No entanto, a Rolling
Stone mantém uma circulação paga de 1,5 milhão e as maiores publicações nos
Estados Unidos - The New York Times, The Washington Post, The Wall Street
Journal, The New Yorker, The AtlanticMonthly - reconhecem-na com uma relações
de confiança pública, como uma empresa não meramente comercial. (FREEDMAN, 2011)
Essa nova Rolling Stone traria à tona as
celebridades do mundo pop, focalizando um público mais jovem. Novas
entrevistas, com jovens atores e cantores que atraíssem esse novo público. E,
segundo Freedman, os fãs fiéis reclamaram, escreveram cartas e pararam de
comprar a revista. Em pouco tempo, a publicação retomou seu projeto editorial,
com matérias de profundidade na política, arte e cultura em geral, e mesmo
assim, viu seus números crescendo: houve um aumento de 23% no lucro, em 2007,
segundo dados do website americano
Audience Development. No ano de 2006,
a Rolling Stone comemorou a sua 1000° tiragem. Nesse
tempo, muitos artistas passaram por suas capas, marcando suas carreiras na
história.
Compromissado com o jornalismo de qualidade,
Wenner criou uma revista dinâmica e recheada de novidades do mundo da música,
de entrevistas provocantes e fotografias inovadoras, “tornando a Rolling Stone
a fonte definitiva da cultura popular americana.” (BIOGRAPHY, Jann S. Wenner website
Oficial)
3.3.2.
Rolling Stone no Brasil
A revista Rolling Stone chegou ao Brasil em
outubro de 2006 representada pela editora Spring. É distribuída em todo o
território nacional e com periodicidade mensal. Contando com uma tiragem de 86
mil exemplares - segunda maior circulação do mundo – a versão brasileira perde
apenas para a edição americana.
Através da relevância de suas matérias,
eficiente jornalismo narrativo e formatação inovadora, o veículo atingiu rápido
sucesso no país, sendo reconhecida com diversos prêmios nacionais:
·
24º Prêmio Veículos de Comunicação – Revista
Jovem
·
23º Prêmio Veículos de Comunicação – Revista
Jovem
·
21º Prêmio Veículos de Comunicação – Revista
Jovem
·
Prêmio Caboré 2008 – finalista na categoria
Veículo de Comunicação de Mídia Impressa
·
20º Prêmio Veículos de Comunicação –
Lançamento do Ano
Segundo o portal da Spring Editora (2011),
são vários os fatores que levaram a Rolling Stone se consagrar também em
território nacional. “(...) observação próxima e crítica das autoridades e
celebridades, e dos fenômenos culturais e políticos vigentes; a apuração
meticulosa dos fatos e a transformação deles em reportagens claras e
profundas”. SPRING (2011)
Abordando comportamento, entretenimento,
moda, consumo, tecnologia, crítica sócio-política e tendo a música como o
principal tema a ser tratado, a revista tem, claramente, os jovens como público
alvo.
Segundo o mídia kit (conjunto de informações
sobre a mídia) do portal da Spring Editora (2011), a Rolling Stone tem um
público alvo formado por jovens de todas as idades. Mesmo assim, o público
varia entre 18 e 60 anos, julgados pela editora como “antenados e amantes da
cultura pop”.
Os leitores reconhecidos por sexo, idade, classe
social, hábitos e preferências, ainda segundo o mídia kit, tem o seguinte
perfil:
Sexo:
53%
do público é formado por homens, enquanto 47% é feminino.
Idade:
41%
dos leitores têm entre 20 e 29 anos.
14%
variam entre 30 e 39.
5%
estão na faixa etária de 40 e 49 anos de idade.
Classe
Social:
76%
pertencem à classe A e B.
22%
estão presentes na classe C.
Assuntos de interesse do leitor, ainda
segundo mídia kit da página digital:
-
O leitor da RS é informado e antenado
Atualidades/Noticiários
94% - Economia Nacional e Internacional 65%
-
Vaidoso, prevenido e gosta de se cuidar
Beleza
e estética 57% - Saúde e qualidade de vida 73%
-
Plugado nas novidades dessas áreas
Computação
73% -Tecnologia 77% - Ciência e avanços científicos 76%
-
Consciente e engajado nas causas que defende
Ecologia
e meio ambiente 72%
-
Descolado, sociável, influente e adora curtir a vida
Viagem
e turismo 73% - Moda 59% - Humor e diversão 81% - Música 97%
É
agitado, dinâmico e determinado
Esportes
em geral 68%
O conteúdo da revista Rolling Stone é divido
da seguinte maneira:
·
15% - Assuntos Internacionais, Política e
Ciência.
·
10% - Moda e Comportamento.
·
15% - Cultura e Interesse Geral.
·
15% - Mídias e Entretenimento.
·
10% - Eletrônicos e Tecnologia.
·
35% - Música
Segundo a sua editora, o veículo conta com
sete pilares que são fundamentais para compor o seu conceito editorial. De
acordo com o mídia kit:
Música e Cultura – perfis de artistas e
personalidades, matérias e artigos sobre estilos musicais, cinema, televisão,
literatura e outras mídias.
Comportamento – ensaios e matérias sobre
estilo de vida, tendências, sexo e atualidades.
Tecnologia – internet, vídeo games, interatividade,
comunidades sociais e outras novas mídias.
Moda – estilo, consumo, e ensaios
fotográficos focados em tendências nacionais e internacionais.
Consumo e Mercado – Resenhas de lançamentos
de novos produtos nos mercados brasileiro e internacional, por meio da seção
“Guia Rolling Stone”, sempre localizada no final da revista.
História – a seção arquivo RS resgata algumas
das reportagens clássicas publicadas ao longo de mais de 40 anos de Rolling
Stone norte-americana.
Crítica Sócio Política – matérias, discussões
e análises sobre política nacional e internacional, denúncias e investigações,
acompanhamento crítico do governo, segurança, cidadania, terrorismo, crime
organizado, tráfico de drogas, ecologia, distribuição de renda, entre outros
temas.
3.3.3 A Revista em outras
mídias
A Rolling Stone Brasil também apresenta uma versão
na internet, que obtem em média dois milhões de acessos mensais. O site oferece
as notícias mais importantes do entretenimento, no que se refere à música,
moda, tecnologia, cinema, lançamentos e outras variedades. Além disso, o portal
concede trechos de reportagens das edições impressas atuais e matérias
completas das anteriores.
A Rolling Stone também participa de redes
sociais (facebook, orkut, twitter), e
interage com o leitor por meio de blog, enquetes e concursos culturais. O conteúdo
da revista ainda é disponível para celulares, o que demonstra grande desejo em
atuar de forma a aproveitar todas as mídias.
4. CONCEITOS
DE ESTRANGEIRISMOS
A
revista Rolling Stone utiliza uma linguagem diferenciada do jornalismo
convencional. Desprendida de alguns padrões jornalísticos, ela utiliza
analogias criativas, algumas gírias e muitos estrangeirismos, sendo este último
o objeto a ser analisado. Esse gênero de palavra é
muitas vezes empregado em nosso dia-a-dia de maneira espontânea. Um exemplo de
verbete aportuguesado é stress, que em nosso idioma se escreve estresse,
demonstrando que estamos nos adaptando à globalização da comunicação.
Aplicado
no cotidiano, para definir um novo termo que se origina no exterior, ou que
simplesmente é uma palavra pertencente à outra cultura, o estrangeirismo tem
uma forte presença no português. No trecho a seguir, aparece a palavra
empréstimo.
O
empréstimo se refere às palavras que são literalmente “emprestadas” de outra
língua, por não haver outro termo semelhante no idioma. Por exemplo, a palavra
sutiã, que foi emprestada para dar nome a algo sem tradução em português, e a
seguir, foi aportuguesada.
Ainda a
respeito da definição de estrangeirismo e empréstimos, Garcez e Zilles afirmam:
Estrangeirismo é o emprego, na língua de
uma comunidade, de elementos oriundos de outras línguas. No caso brasileiro,
posto simplesmente, seria o uso de palavras e expressões estrangeiras no
português. Trata-se de fenômeno constante no contato entre comunidades
lingüísticas,também chamado de empréstimo. A noção de estrangeirismo, contudo, confere
ao empréstimo uma suspeita de identidade alienígena, carregada de valores
simbólicos relacionados aos falantes da língua que originou o empréstimo
(GARCEZ; ZILLES, 2004 p. 15).
Seguindo
o pensamento de Garcez e Zilles, podemos sugerir alguns desses valores
simbólicos relacionados. O estrangeirismo pode estar carregado de uma suposta
elitização, usando este conceito como valor. Podemos nos apegar ao fato de
certa parte da sociedade acreditar em uma falsa superioridade daquilo que é
originado fora de seu país.
No campo
das mudanças lingüísticas, os empréstimos de palavras ou expressões são em
geral associados a atitudes valorativas positivas do povo que os toma em relação
à língua e à cultura do povo que lhes deu origem. Muitas vezes são utilíssimos
à elite, que assim se demarca como diferente e superior. (GARCEZ; ZILLES, 2004,
p. 156).
Assim,
os estrangeirismos, dependendo da forma que são empregados, são dotados de
funções diferentes e que podem estar inclusos em forma social ou estilística.
Isso pode ser explicado em um trecho de Calvet.
Dizer, por exemplo, o toalete, o reservado, o banheiro, a
latrina, WC,evidentemente se manifesta uma variável, mas resta o problema de
saber a que função correspondem essas diferentes formas (...) (CALVET, 2002, p.103)
Segundo o autor,
esses termos, que têm o mesmo significado, podem ser aplicados conforme a faixa
etária de quem está empregando. Por exemplo, os jovens diriam banheiro. Os avós, reservado. Isso demonstra que as
palavras divergem de uma geração para outra. Calvet (2002) também afirma que as
escolhas das palavras utilizadas podem vir segundo o sexo do sujeito. A mulher
diria toalete, e o homem, banheiro. Por fim, os verbetes aplicados podem
condizer com a classe social, segundo o autor. Uma pessoa de classe favorecida
diria toalete, outra vivendo em escala desfavorecida, poderia usar latrina.
O jovem
de hoje deseja estar inserido em sua tribo social. Ele quer ficar “antenado”
nas novidades de tecnologia e moda, além de ouvir músicas internacionais e
assistir a filmes estrangeiros, por exemplo. Essas características de nosso
tempo são razões que levam à busca de termos do país tomado como referência
cultural.
Vamos destacar o
empréstimo da língua inglesa, a mais globalizada no mundo. Todos sabem que
falar inglês, hoje, é uma necessidade para quem busca a comunicação com outros
países. É ser, de certa forma, superior. É inevitável alegar que quem fala a
língua inglesa é dado como uma pessoa instruída e de saberes culturais mais
elevados.
Diante desse pensamento,
podemos sugerir que o estrangeirismo pode ser uma forma de segmentar a
sociedade. Podemos ditar esse conceito partindo da realidade: em um ambiente de
trabalho em que todos têm um nível de estudo elevado, o uso de estrangeirismos
é mais frequente, como a palavra job
e feedback. Em outros locais, onde o
estudo não é propagado, poucas pessoas compreenderiam tais palavras.
Essa situação demonstra
que existem níveis de estrangeirismos que são utilizados em diferentes classes
da sociedade, o que fica mais consistente se nos apegarmos à comunicação na
publicidade, por exemplo.
Lojas que apresentam
suas ofertas com anúncios de sale ou 50% off, geralmente são as de preço mais
elevado, com público formado por pessoas de nível financeiro acima da maior parte
da sociedade. Esse grupo, sugere-se que com maior poder aquisitivo, também tem
mais acesso a educação, mais precisamente do inglês.Então, percebemos que a
loja tem a certeza que seus clientes irão compreender essa informação, se não
jamais o fariam. O público dessa loja, por sua vez, se sente superior, pois
sabe e entende o que o anúncio quer dizer, e isso muitas vezes pode ser uma
exclusividade.
Isso se encaixa no que se chama
sociolinguística. Portanto, refere-se à linguagem em relação com a sociedade e
seus fenômenos.
O objeto de estudo da sociolinguística é a diversidade
linguística que está relacionada ao estudo de dialetos de classes sociais e das
diferenças entre fala feminina e masculina; identidade social do receptor ou do
ouvinte – relevante, por exemplo, no estudo das formas de tratamento. (...)
diferenças entre formal e informal existentes na maioria das línguas (...)
julgamento social de extinto que os falantes fazem do próprio comportamento
linguístico e sobre o dos outros, isto é, as atitudes linguísticas. (ALKMIN in
MUSSALIN; BENTES, 2001, p. 28 e 29)
Assim,
podemos dizer que o estrangeirismo entra em caráter sociolinguístico, pois se
mostra como um estilo a ser usado dependendo da realidade social, a partir do
contato entre as diversas línguas. Surge assim um primeiro rastro do objeto
estudado.
Há na superfície do globo entre 4.000 e 5.000 línguas
diferentes e cerca de 150 países. Um cálculo simples nos mostra que haveria
teoricamente cerca de 30 línguas por país. Como a realidade não é sistemática a
esse ponto ( alguns países têm menos línguas, outros, muito mais), torna-se
evidente que o mundo é plurilíngüe em cada um de seus pontos em que as
comunidades lingüísticas se costeiam, se superpõem continuamente. O
plurilinguismo faz com que as línguas estejam constantemente em contato. (CALVET,
2002, p.35)
O
aumento dos estrangeirismos incorporados em nosso idioma e sua aceitação se
apresenta na 5° edição do dicionário Aurélio, lançado em 2010. A obra
apresentou seis mil novos termos em seu conteúdo, entre eles, os
estrangeirismos tuitar, pop-up, nerd,
petit gâteau e ecobag.
O deputado Aldo Rebelo (PCdoB - SP), político que criou o projeto de lei
1676/99, parte da opinião contrária, a não aceitação. Tal projeto busca
promover, defender e proteger a língua portuguesa. Aprovado pela Comissão de
Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados em 12 de dezembro de 2007 ,
destaca a dificuldade que pode ser gerada na comunicação entre os brasileiros,
devido ao uso de estrangeirismos. Por isso, segundo a lei, é necessária a
tradução do termo estrangeiro, toda vez que ele for empregado em algum meio de
comunicação.
Segundo o
projeto de lei:
Ora, um
dos elementos mais marcantes da nossa identidade nacional reside justamente no
fato de termos um imenso território com uma só língua, esta plenamente
compreensível por todos os brasileiros de qualquer rincão, independentemente do
nível de instrução e das peculariedades regionais de fala e escrita. Esse – um
autêntico milagre brasileiro – está hoje seriamente ameaçado.(Projeto de Lei
n°.1676 de 1999: 181‐182)
O livro “Estrangeirismos:
Guerras em torno da língua” (2004), organizado pelo professor Carlos Alberto
Faraco, surgiu como uma resposta ao projeto de lei. Ele reúne artigos de
diversos professores que justificam porque discordam da opinião do deputado.
Pedro Garcez e Ana Maria Zilles (2004), no artigo “Estrangeirismos:
desejos e ameaças”, afirmam que não
podemos negar o reflexo de um mundo globalizado, nem interromper as
transformações que a situação atual gera.
Já Rebelo em seu projeto de lei, declara
certa negatividade quando se trata da globalização:
Foi assim no antigo oriente, no mundo greco‐romano e na época dos grandes descobrimentos. E hoje, com a marcha acelerada da
globalização o fenômeno parece se repetir, claro que de modo não violento; ao
contrário, dá‐se de
maneira insinuante, mas que não deixa de ser impertinente e insidiosa, o que torna
preocupante, sobretudo quando se manifesta de forma abusiva, muitas vezes
enganosa, e até mesmo lesiva à língua como patrimônio cultural. (Projeto de Lei
n°.1676 de 1999:181)
No livro, é demonstrado que a influência de
uma língua à outra é parte de um processo histórico. De todas as mudanças
através do tempo, nunca houve o empobrecimento do idioma que recebeu o
empréstimo.
É interessante como Bagno afirma não ver
alteração na estrutura da nossa língua quando cita a frase “O Office-boy
flertava com a baby-sitter no hall do shopping Center” (2004, p. 74). Sabendo que todos compreendem essa citação,
entende-se que o estrangeirismo não abala, nem dificulta nossa leitura e
entendimento.
4.1 Anglicismo
e galicismo
Influencias
de diversas línguas podem nos acometer, mas é inevitável notar o uso excessivo
de estrangeirismos vindos do inglês e francês. Nossa língua, provinda do latim,
só se permite comunicar com a antiga linguagem se for transmitir sentimentos
fundamentais do homem. Como explica Costa:
Embora classificada como língua morta, seria mais exato
dizer que o latim está fora de moda, por se ter imobilizado no tempo. Pois,
como o vocabulário latino, poderemos sempre exprimir os sentimentos
fundamentais do homem, mas não nos servirá para designar nem as idéias nem os
objetos contemporâneos. (COSTA, 2000, p.63)
Sendo
assim, emprestamos o anglicismo e o galicismo para nos comunicarmos sobre as
novidades do mundo contemporâneo. O anglicismo é uma palavra ou expressão
própria da língua inglesa levada a outra.
Ele carrega um poder quase imensurável, não só no Brasil, mas em
praticamente todo o mundo.
(...) a língua inglesa ocupa um lugar sem paralelo no
universo lingüístico. Dentre todas, foi a que mais se expandiu na história do
nosso planeta, a ponto de ser hoje utilizada pelo menos por um habitante do
globo em cada sete. A metade dos livros impressos foi escrita em inglês, e a
maior parte das ligações telefônicas internacionais é nessa língua. O inglês é,
também, o idioma usado em sessenta por cento dos programas de rádio, incluídos
os da Rússia, já convencida de que para seduzir o público e influenciar as
demais nações é preferível recorrer a ele. E não é só: setenta por cento de
toda a correspondência internacional é escrita ou subscrita em inglês. Se pensarmos
nos computadores, veremos que o índice de textos em língua inglesa conservados
em suas memórias se eleva a oitenta por cento. (COSTA, 2000, p.79)
A
presença do anglicismo ainda é mais forte quando se trata de termos da
cibercultura:
A primazia da origem anglo-saxã se manifesta ainda mais
visivelmente no vocabulário da cibercultura , dos byts aos bugs, dos bytes aos CD- ROMs, dos hackers aos
crackers, dos modems aos escâners. (COSTA,
2000, p. 79)
Segundo
Costa, o inglês se firma, cada vez mais, no mundo dos negócios, ciências e
cultura popular.
O
galicismo, “palavra ou construção afrancesada”, de acordo com Michaelis (2000),
ainda é o gênero de estrangeirismo mais comum.
Se a primazia do inglês é esmagadora no campo do esporte
e dos negócios, quando se trata de sutilezas do espírito, de nuanças do
pensamento, de reticências, de quando se deseja recorrer a semitons, a
subentendidos ou insinuações, mais do que a declaração pura e simples, todas as
demais línguas se afiguram bem menos do que a francesa. (COSTA, 2000, p.26)
O
autor fala de diversas situações em que o francês se encaixa melhor. Podemos
ainda citar que o francês nos acrescentou diversas palavras que não teriam
significados em nossa linguagem. Como já dito, o abajur foi introduzido em
nossa língua e adaptado. Ou seja, aportuguesado, assim como diversas outras
palavras, como sutiã e vitrine.
O
poder desses países em nosso idioma não se explica, segundo Costa (2000), em
ordem lingüística, nem em sua gramática, pronúncia e ortografia. Isso se
explica no poder da nação que origina os termos. “Uma língua adquire poder
quando uma nação se torna poderosa. E esse poder pode ser militar, cultural ou
econômico, ou, como no caso dos Estados Unidos, os três simultaneamente.”
(CRYSTAL in COSTA, 2000, p. 26)
4.2 Estrangeirismos
no jornalismo
Sabe-se
que o jornalismo deve se preocupar em se comunicar de maneira simples e
prática, de modo que a informação seja compreendida por todos.
A redação jornalística segue regra primordial de narrar o
fato rapidamente e de forma simples, tendo sempre em vista que o essencial em
comunicação é escrever de modo que se faça entender. Portanto, evitam-se o
vocábulo raro, a linguagem rebuscada e de difícil entendimento. Modernamente,
os jornalistas rejeitam o excesso de adjetivação. Enquanto, porém, foge do
adjetivo plano, o jornalista nem sempre está livre de formar outras expressões
que se tornarão comuns com o passar do tempo. (ANDRADE; MEDEIROS, 2001 p. 94)
Portanto,
o uso de estrangeirismo não é proibido na linguagem jornalística, porém, em
alguns veículos, o excesso dos termos vindos de outras línguas é evitado. O
Manual Geral da Redação da Folha de São Paulo exibe o tópico intitulado
Estrangeirismos, no qual fica clara a posição sobre o uso dos termos oriundos
de outros países:
A Folha só usa palavras ou expressões estrangeiras quando
ainda não existem equivalentes em português. O jornal considera sua função
criar esses equivalentes sempre que possível ou aportuguesar a grafia de
palavras de outras línguas. O excesso e o uso gratuito de estrangeirismos
sugerem pedantismo. (1987, p. 76)
O
Manual de Estilo da Editora Abril aponta que em suas publicações, “nas palavras
e expressões estrangeiras de uso restrito na língua: hooligans, condottiere, Alea jacta est. Se seu uso é corrente,
dispensa-se o grifo: Best-seller,
réveillon, open market”. (1990, p. 50)
Em
algumas situações, os estrangeirismos são empregados de acordo com a editoria.
Em uma editoria de economia, por exemplo, são necessários termos que muitas vezes
não possuem tradução, e já são utilizados de maneira comum entre os que são
interessados e condicionados a trabalhar com os verbetes emprestados. Portanto,
esse conteúdo já se distingue de matérias informativas tradicionais e é
conduzido especificamente a esse público visado, sabendo que só será entendido
por ele. Assim, se entende pelo trecho a seguir:
Os editoriais e os artigos assinados valem-se de
vocabulário menos comum. São encontráveis nesse tipo de matérias palavras que
não são de uso quotidiano por classes sociais de pouca escolarização,
expressões latinas, jargões econômicos, jurídicos, sociológicos,
estrangeirismos. Hoje, como são freqüentes em periódicos artigos de
profissionais das mais diferentes áreas, o vocabulário neles encontrável difere
do utilizado na linguagem usual. (ANDRADE; MEDEIROS, 2001, p. 97)
O
jornalismo diário usa diferentes recursos gráficos para incorporar os
estrangeirismos em seu texto, quando esse não está introduzido na linguagem
habitual, ou mesmo quando sabem que o termo não será compreendido pelo grupo
que quer atingir. Alguns recorrem ao itálico, outros às aspas, como se vê mais
uma vez no Manual Geral da Redação da Folha de São Paulo:
Apenas as palavras estrangeiras ainda não incorporadas ao
uso cotidiano deverão ser grafadas entre aspas (e não em negrito). Seu
significado deve ficar claro para o leitor ou pelo contexto ou por sua
tradução, o que deve ser transcrita logo em seguida entre parênteses. (1987)
Outro
exemplo de recurso utilizado para maior compreensão do estrangeirismo no
jornalismo impresso é a tradução. Expressões em outro idioma, quando usadas no
jornal “O Estado de São Paulo” são seguidas desse recurso:
Mesmo que você as julgue muito conhecidas, traduza sempre
as citações em língua estrangeira: “Après moi lê déluge” ( “Depois de mim, o
dilúvio”) “Alea jacta est” ( “A sorte está lançada”)”To be or not to be that is
the question” (“Ser ou não ser, eis a questão”). Neste caso, use aspas. (1997, p.58)
Em um estudo sobre os
estrangeirismos na revista Istoé Dinheiro, Libera (2006) constata que “(...)
nas revistas o uso de estrangeirismos ou empréstimos são frequentes (...)”. Libera observa que não há preocupação em
explicar entre parênteses o significado dos estrangeirismos poucos conhecidos
como spread.
Portanto,
há um padrão para o uso dos estrangeirismos em cada veículo impresso, e ele é
formado de acordo com os interesses relacionados ao público-alvo. Mas sempre há
certo respeito pelo padrão de linguagem jornalística, que como já foi descrito
anteriormente, busca a redação objetiva e simples para o maior entendimento.
Em
uma análise inicial de alguns textos da Rolling Stone, pudemos perceber que os
estrangeirismos são frequentes. Além disso, o significado deles nem sempre nos
estava claro. Nem sempre esses estrangeirismos apareciam destacados do texto,
confundindo-se com o restante.
Assim
como a linguagem de cada veículo de comunicação é específica, os
estrangeirismos acabam sendo tratados de forma diferenciada também. Mesmo na
própria Rolling Stone, percebemos que as editorias tratavam os termos
estrangeiros individualmente. Portanto, o estudo buscará compreender essa
variável criada no jornalismo cultural, que permite a entrada de tantas
palavras de outros idiomas ao nosso vocabulário.
Observações durante a contagem de estrangeirismos
A quantificação
e a análise de estrangeirismos da Rolling Stone nos mostraram que, além das
constatações referentes às hipóteses, algumas características interessantes de
serem abordadas. Essas informações adicionais juntamente com os dados tabulados
e a entrevista do editor-chefe da revista - ajudaram a estabelecer pontes entre
o conteúdo pesquisado e o efeito que o estrangeirismo traz no texto
jornalístico.
Em nossa primeira tabulação,
havíamos optado por contabilizar também os estrangeirismos repetidos, mesmo que
em um mesmo texto. Logo na primeira revista analisada (junho de 2011),
percebemos o problema com a decisão: alguns textos usam somente um
estrangeirismo, por diversas vezes. Deparamo-nos com a seção Mixmídia, com o texto "Riso em Pé de Guerra" (p.
43), em que a palavra stand-up
apareceu 34 vezes em apenas duas páginas. Entendemos que devido à exposição
exagerada do termo ao público, eles compreendam o termo e ele não exista na
língua portuguesa de outra forma que não o caracterize exatamente com eles o
conhecem.
A tradução de alguns termos é
esporádica. Muitas vezes, encontramos a tradução de gírias inglesas para o
apelido dos artistas. Na reportagem "Apocalipse Norte-Americano", da
edição de junho de 2011, o primeiro parágrafo revela, em parênteses, a
tradução do termo Demon Dog (p. 90), palavra utilizada pelo próprio artista para
se referir a si enquanto escritor.
Em
relação aos estrangeirismos aportuguesados, percebemos que eles podem ser
encontrados tanto da forma traduzida quanto na forma original. A
palavra multiplayer, que surge com certa frequência em textos sobre jogos
eletrônicos, foi grafada como multijogador na edição de dezembro de 2009 (p. 144): "(...)
Além de um modo mutijogador online, (...)".
Os
gêneros musicais dificilmente são traduzidos. O editor-chefe Miyazawa nos
explicou que eles costumam trabalhar com “termos consagrados”, seja no
português, seja no inglês. Em todas as reportagens sobre música, encontramos ao
menos um estrangeirismo referente ao gênero musical.
É
importante destacar que não só os estrangeirismos são constantes na revista
enquanto texto, mas também em títulos de artigos ou nome das seções. O nome da
revista nos remete ao estrangeiro (Miyazawa comenta que eles não precisam
traduzir “pedra rolante” do nome da revista para que o leitor possa entender e comprar), em
primeiro lugar. Assim, seções como Fashion
Pages, Rock&Roll, e colunas Hot
List são comuns na
revista.
Algumas frases são escritas totalmente em inglês para
ilustrar determinados textos. A frequência desse tipo de construção é baixa
(encontramos três casos nas seis edições analisadas). No texto especial
“Instituto Rolling Stone” , da edição de junho de 2011 (p. 36), encontramos a
pergunta In Rock We Trust? como título, e
durante o texto, a frase Long live rock
and roll!
Os únicos termos
estrangeirismos sempre grafados em itálico ou acrescidos de aspas (por padrão)
são os que se referem a alguma obra específica, como o nome de um álbum musical
ou livro. Mais tarde, pudemos confirmar tal observação com o editor
Miyazawa.
As expressões utilizadas por artistas em determinadas
situações ganham tradução entre parênteses, além do destaque em aspas. Na reportagem
de capa da edição de junho de
2011 (Lady Gaga, p. 64), as expressões Drunk
Diet e little monsters recebem
este tratamento. Essa ocorrência costuma aparecer com frequência em reportagens
traduzidas da Rolling Stone americana.
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São Paulo: Editora Abril, 2000.
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Rolling Stones Forbidden documentary. Disponível na internet via URL: <http://www.salon.com/entertainment/movies/film_salon/2010/05/22/rolling_stones_exile_main_street >. Acesso em: 20/04/2011
ANDRADE, M. M.;
MEDEIROS, J. B. Comunicação em língua portuguesa. São Paulo: Atlas, 2001.
AUDIENCE Development website. Disponível na
internet via URL http://www.audiencedevelopment.com/search/node/rolling+stone. Acesso em: 20/04/2011
AZEVEDO, A.B.: GOMES
JUNIOR, J.; WEHRS, S. J Meios de
(ensinar) comunicação: a mensagem dos meios no ensino de Publicidade e
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WENNER, JANN. Disponível
na internet via URL http://www.jannswenner.com/Biography/ Acesso em:
10/04/2011
CALVET, Louis-Jean. Sociolingüística, uma introdução crítica.
São Paulo: Parábola, 2002.
CÁS, Danilo Dá. Manual Teórico-Prático para elaboração
Metodológica de Trabalhos Acadêmicos. São Paulo: Jubela
Livros, 2008.
COSTA, Sérgio Corrêa da. Palavras sem Fronteiras. Rio de
janeiro: Record, 2000.
FARACO, Carlos
Alberto. Estrangeirismos: guerras
em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2004.
FOLHA DE S. PAULO. Manual geral da redação. 2. ed. São
Paulo, 1987.
LIBERA, Rosemari Dalla, O
uso de estrangeirismos na revista Istoé Dinheiro, 2006. Unochapecó.
MANUAL de Estilo da Editora
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MARTINS, E. Manual
de Redação e Estilo de O Estado de São Paulo, Moderna, 3º ed. 1997.
MASSIH, Gustavo Abdel, 2006. Observatório
da imprensa.
Disponível via URL http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=398dac006 Acesso em: 20/04/2011
MORAES, Roque. Análise de Conteúdo: limites e
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M.E.A. (Org). Paradigmas e metodologias de pesquisa em educação. Porto Alegre , EDIPUCRS, 1994.
MUSSALIN, Fernanda. BENTES,
Anna Cristina. Introdução à linguística - domínios e fronteiras, Editora Cortez, Sâo
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PAUL, Hermann. Princípios
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PROJETO de Lei n°.1676 de
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em: 17/04/2011
SEQUEIRA, Martins, Rol
de Estrangeirismos, F.J., Lisboa, 1950
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