domingo, 1 de janeiro de 2012

Monografia: Estrangeirismos na revista Rolling Stone


Esta pesquisa foi realizada entre agosto e outubro de 2011, como parte do processo de conclusão do curso de jornalismo da Universidade de Sorocaba. 

INTRODUÇÃO

O uso de estrangeirismos na revista Rolling Stone é um tema que transita pelo jornalismo cultural e pela sociolinguística. Dentre as diversas editorias da revista, que trata de cultura, política e entretenimento, podemos observar uma forma “moderna” de se escrever: gírias, expressões de internet e muitos estrangeirismos, abusando de uma linguagem informal e descompromissada em relação a alguns padrões jornalísticos.

A sociedade pós-moderna está envolta de diferentes culturas dividindo um espaço comum. Não apenas costumes, mas até mesmo formas de expressão, características de determinado povo, passaram a ser “divididas” entre os países. No caso da linguagem, alguns termos se tornaram universais, pelo uso excessivo. Palavras como fast-food ou marketing são utilizadas no cotidiano. Nem mesmo percebemos que elas não fazem parte de nosso idioma, e, mesmo assim, são facilmente compreendidas. Esse fenômeno linguístico gerou uma série de estudos e até revolta de alguns, que interpretam o estrangeirismo como uma afronta à nossa cultura.

De qualquer forma, o uso dos estrangeirismos - nome dado ao “empréstimo” de palavras de outros idiomas – se tornou frequente em todas as mídias, até mesmo nas mais formais, como no caso dos jornais diários. A maior concentração desses termos se deu nas mídias que tratam de conceitos culturais ou mais específicos – revistas de música e informática, por exemplo.

Algumas palavras encontradas nesse tipo de publicação nem possuem uma tradução específica em nosso idioma, como no caso de trash ou fashion. Outras são amplamente utilizadas em determinado assunto, e compreendidas pelos seus leitores, como por exemplo, a palavra pop-rock para quem lê reportagens sobre música.

Através de uma leitura flutuante das reportagens da Rolling Stone, levantamos três hipóteses que delimitam nosso estudo: a Rolling Stone não possui padrões gráficos para o uso de estrangeirismos; a revista não impõe limites aos redatores no uso dos estrangeirismos; os estrangeirismos aparecem com maior frequência nas edições mais atuais da revista.  

Para realizar o estudo, selecionamos seis revistas Rolling Stone, sendo duas edições 2009, duas de 2010 e duas de 2011. A escolha dessa quantidade de revistas foi baseada em outros trabalhos com tema semelhante, como o da pesquisadora Rosemari Dalla Libera, sobre os estrangeirismos na revista IstoÉ Dinheiro - julgando esse conteúdo suficiente para a análise. As edições escolhidas foram: setembro de 2009, dezembro de 2009, março de 2010, julho de 2010, abril de 2011 e junho de 2011.

A revista Rolling Stone mostra um grande número de estrangeirismos, em todas as suas editorias – do cinema à moda, da música à política – e muitas vezes nem destaca tais termos visualmente. Algumas palavras são comuns e de fácil entendimento – rock, show, shopping, já outras exigem algum conhecimento prévio do assunto – holding, misse-en-scené, expertise. Dessa forma, achamos necessário um estudo aprofundado desses termos na publicação: como e quando são utilizados.

O estudo foi feito pelo método da análise de conteúdo. Fizemos a leitura integral dos textos das seis edições selecionadas, partindo de duas ferramentas para a explicação das hipóteses: tabulação da ocorrência de estrangeirismos e comparação das edições em três anos de publicação.

Através de conceitos de estrangeirismo, compreenderemos se existe algum diferencial no uso desses termos na Rolling Stone, e o porquê. Além disso, o estudo possibilitará entender melhor a função dessas palavras em textos de editorias culturais, verificando se estes são realmente necessários para facilitar a compreensão de determinado assunto.

Todos os estrangeirismos encontrados nas seis revistas foram redigidos e traduzidos, colocados em anexo. Junto deles, o registro de quantas vezes que tais termos apareceram nas revistas, formando uma espécie de glossário.

Dessa forma, poderemos expandir o conhecimento da linguagem do jornalismo cultural – No momento atual, existem limites linguísticos ao tratarmos de cultura? Se sim, qual seria esse limite? É aceitável abusar do “empréstimo” de palavras de outros países em textos brasileiros? Essas questões poderão ser exploradas ao longo do estudo, subindo mais um degrau na relação do jornalismo e do espaço cultural divergente que passou a existir nos últimos anos, aproximando costumes, gestos e expressões de todos os povos.


2. METODOLOGIA

Para o estudo aprofundado dos estrangeirismos na revista Rolling Stone, tomamos alguns passos prévios: Em primeiro lugar, a pesquisa do histórico da revista no Brasil. Buscamos autores que explicassem o surgimento desse meio de comunicação, interligando com a criação da Rolling Stone, e o que ela trouxe de diferente ao jornalismo de revista. A seguir, buscamos informações da linguagem específica dessa mídia, de modo que a diferenciá-la de um jornal diário ou um telejornal, por exemplo. Por fim, buscamos na internet o histórico da Rolling Stone, no Brasil e no Mundo, especificando ainda mais as características da publicação.

O embasamento teórico, para Cás, deve ser:

Feito mediante a busca dos subsídios ou dos pressupostos na literatura específica. (...) seu objetivo é fundamentar o assunto da pesquisa num fundamento bibliográfico criterioso e crítico de fontes cujo teor esteja relacionado com o assunto do trabalho. (CÁS, 2008, p.111-112).

Para focalizar o estudo, selecionamos seis edições: setembro de 2009, dezembro de 2009, março de 2010, julho de 2010, abril de 2011 e junho de 2011. Por meio da análise de conteúdo, prosseguimos com a pesquisa. A escolha de três anos diferentes de publicação (2009, 2010 e 2011) foi importante para estabelecer uma linha do tempo na utilização dos estrangeirismos. De acordo com Moraes:


A análise de conteúdo constitui uma metodologia de pesquisa usada para descrever e interpretar o conteúdo de toda classe de documentos e textos. Essa análise, conduzindo a descrições sistemáticas, qualitativas ou quantitativas, ajuda a reinterpretar as mensagens e a atingir uma compreensão de seus significados num nível que vai além de uma leitura comum. (MORAES, 2004, p.7-32)

Fizemos a leitura integral dos textos dessas seis edições, separando e tabulando todos os estrangeirismos presentes. Em seguida, agrupamos as seções (editorias) por assunto: música, tecnologia, moda, política, literatura, e artes cênicas e visuais.
De acordo com Moraes:

Ainda que diferentes autores proponham diversificadas descrições do processo da análise de conteúdo, no presente texto a concebemos como constituída de cinco etapas, que são: Preparação das informações; Unitarização ou transformação do conteúdo em unidades; Categorização ou classificação das unidades em categorias; Descrição; Interpretação. (MORAES, 2004 p.7-32)

Contamos todos os estrangeirismos das seis, separando em seis tabelas diferentes, cada uma com suas seções e assuntos. Nessa mesma tabela, indicamos o número de páginas da seção, e se existe algum termo estrangeiro com grafia diferenciada (como aspas ou itálico, por exemplo) ou traduzido em parênteses.

Além disso, outra tabela foi criada para contabilizar os estrangeirismos através dos anos, analisando se o seu uso cresceu. Ao fim das tabulações, indicamos observações que foram ocorrendo durante a contagem, e se tornaram pertinentes à pesquisa.

            Reescrevemos todos os estrangeirismos presentes em cada uma das edições, explicando o seu significado e informando o número de ocorrências no geral. Dessa forma é possível perceber a urgência ou não do termo estrangeiro para compreensão do texto.
            Por fim, contribuindo com nossas pesquisas, realizamos uma entrevista por telefone com o editor-chefe da Rolling Stone Brasil, Pablo Miyazawa, que nos auxiliou na compreensão do tema, expondo os critérios editoriais da revista.

 3. ESTRANGEIRISMO E CULTURA

Para entender e conceituar os estrangeirismos da Rolling Stone, buscamos referencial sobre a mídia que estamos estudando. Assim, tornou-se necessário conhecer a história do meio de comunicação “revista” no Brasil, e como seu texto é produzido.

3.1 História da revista no Brasil
            O início da história da revista no Brasil remete aos tempos da transferência da corte portuguesa para o Brasil. Com a instalação da imprensa régia, em 1808, foi autorizada a impressão em todo o território nacional. A primeira revista, conhecida como “As Variedades ou Ensaios da Literatura”, de 1812, tinha a aparência de um livro e publicava:

Discursos sobre costumes e virtudes sociais, algumas novelas de escolhido gosto e moral, extratos de história antiga e moderna, nacional ou estrangeira, resumo de viagens, pedaços de autores clássicos portugueses - quer em prosa, quer em verso - cuja leitura tenda a formar gosto e pureza na linguagem, algumas anedotas e artigos que tenham relação cmo os estudos científicos propriamente ditos e que possam habilitar os leitores a fazer-lhes sentir importância das novas descobertas filosóficas (SCALZO, 2003, p.27)

O Patriota surgiu um ano após a revista As Variedades, e buscava mostrar os autores e temas nacionais. Mais tarde, outros surgiram: Anais Fluminenses de Ciências, Artes e Literatura (1822), no Rio de Janeiro. A proposta era atender a várias áreas específicas: médicos, engenheiros, advogados, cientistas e outros.

3.1.1 A segmentação das revistas brasileiras

A primeira revista segmentada no Brasil surgiu em 1827 e se chamava O propagador das Ciências Médicas, tratando de assuntos voltados aos profissionais da saúde. Seguindo o raciocínio de segmentação, surge também Espelho Diamantino (revista voltada ao público feminino), com temas como teatro, moda, literatura e artes.

Apesar da variedade, havia um problema: os leitores não se mantinham fiéis à revista, fazendo com que estas não conseguissem se sustentar por muito tempo. Muitas delas chegavam a durar duas ou três edições e já acabavam por falta de leitores e investimentos.

Com o lançamento do Museu Universal , em 1837, o mercado se reanimou. A linguagem simples, voltada a um público “recém-alfabetizado a quem se queria oferecer cultura e entretenimento”, segundo Scalzo (2003), trazia também imagens. Deste modelo surgiram tantas outras no mercado, como O Brasil Ilustrado.

A “Marmota da Corte” foi historicamente responsável pela chegada das revistas de variedades no Brasil, trazendo uma grande quantidade de imagens ilustrativas, justamente por atrair também os analfabetos, em grande número na época.

Finalmente, na década de 1860, podemos destacar a publicação das primeiras fotos em revistas no Brasil. Em 1864, a Guerra do Paraguai poderia ser vista claramente nas imagens divulgadas por Semana Ilustrada.

Ainda em 1864, a fotografia vira destaque e é inserida nos periódicos nacionais.  No contexto, podemos destacar A Revista da Semana, que inseriu no mercado a característica de atrair o leitor por meio de imagens fortes e impactantes, chegando até mesmo a reconstituir crimes em estúdios de fotografia.

Em 1928, o empresário e artista Assis Chateaubriand lança O Cruzeiro, que apostava em grandes reportagens, com destaque ao fotojornalismo. A publicação tornou-se sucesso anos depois, com mais de 700 mil exemplares por semana, na década de 1950.

A importância de O Cruzeiro pode ser expressa por inúmeros relatos históricos. Com suas matérias de temas nacionais e estrangeiros e um “texto primoroso”, de acordo com Scalzo (2003 p. 35.), era possível observar a frase “compre amanhã o jornal Cruzeiro” em bancas de todo o país, com jargões como “a revista que tudo sabe, tudo vê” ou “revista contemporânea dos arranha-céus”.

Como principal concorrente da publicação de Chateaubriand, Diretrizes se tornou influente, não se submetendo à ditadura Vargas. Sob comando de Samuel Weiner e também de circulação mensal, a revista contava com profissionais como Jorge Amado, Rubem Braga e Joel Silveira, por exemplo. Para Faro (1999, p.78) Diretrizes era concorrente de Cruzeiro num duplo sentido. Disputava o público leitor e disputava os melhores profissionais do Rio de Janeiro.
A publicação teve grande repercussão com uma reportagem polêmica, escrita por Joel Silveira – Grã-Finos em São Paulo, que comparava a vida da elite com a miséria presente para grande parte da população.

A revista acabou por questões financeiras, problemas com a gráfica e falta de anunciantes. Para Faro (1999, p. 80), “guardadas as diferenças empresariais e políticas que distinguem Cruzeiro de Diretrizes, pode-se dizer que as duas revistas consolidaram a existência da grande-reportagem na imprensa brasileira”.

Em 1952, surge a Revista Manchete, de Adolpho Bloch. Imagens e fotografias exageradas foram característica marcante do periódico, que, voltadas ao grande público, conciliava a acessibilidade que Cruzeiro e Diretrizes não trouxeram.

Nesse momento, os textos jornalísticos ficaram curtos, e as imagens aumentaram, dando a impressão de pouca informação. Os temas principais se voltavam à cultura brasileira em geral, tratando de manifestações, desfiles das escolas de samba, entre outros.

Esse formato editorial do “muita imagem e pouca informação” acabou incomodando a nova classe média que estava se formando. Eram jovens estudados, de nível escolar ao menos equivalente ao segundo grau, ou mesmo ensino superior. Alguns autores, como Lima (1993) consideram a Revista Manchete como um veículo de comunicação, mas não um veículo de jornalismo. Muitas vezes, a noção de atualidade era distorcida, e os critérios para se definir o que é notícia e o que não é eram ignorados.

Em 1966, as reportagens voltam à tona com Realidade. Com foco na objetividade da informação, a publicação da editora Abril tratava principalmente de temas políticos. A estrutura já inovava: baseavam-se no New Journalism dos Estados Unidos, em que o repórter vivencia a realidade que pretende retratar.

Foram feitas pesquisas de mercado antes do lançamento da publicação, que garantiriam o sucesso de Realidade perante outras revistas como O Cruzeiro. Ela entraria na vida dos leitores como uma revista de informações não especializadas. Para Kucinski (1991, p. 57), Realidade surgiu “em plena revolução da sexualidade e introdução da pílula anticoncepcional”, voltando as reportagens para temas sociais, que discutissem a moralidade da família brasileira.

O maior problema enfrentado por Realidade foi que as informações de interesse geral acabavam sendo deixadas de lado em detrimento das informações segmentadas. A televisão já cumpria bem o papel de resumir e dar velocidade as informações, além de aumentar o valor da imagem.

A editora Abril encomendou uma pesquisa mercadológica que levou à conclusão, segundo Faro (1999, p.92) de que “as revistas ilustradas estavam com os dias contados, e só poderiam ser substituídas por revistas de informação”. A publicação semanal perdia atualidade, e consequentemente, espaço para a televisão.

Em 1968, Victor Civita e Mino Carta, da editora Abril, criam a revista Veja, que se baseava na americana Life. Os primeiros anos da publicação foram marcados por prejuízos, mas em dez anos, Veja começou a conquistar seu mercado.

Veja abordava política, cultura, economia,  além de possuir seções fixas sobre cinema, literatura e música e entrevistas (as famosas “páginas amarelas”), que apareciam no começo de cada edição. Com profissionais como Diogo Mainardi, Stephen Kanitz, Jô Soares e Reinaldo Azevedo, a revista logo ascendeu.

Atualmente, Veja é a revista semanal de informação de maior circulação no Brasil, superando um milhão de exemplares. No ranking mundial, fica em quarto lugar. Partindo do sucesso de Veja, surgem outras revistas semanais de informação, como Istoé, Época, Afinal e outras.

Surge um novo conceito no mercado editorial da revista: a “reportagem de serviço”. As publicações começaram a ser mais direcionadas, como a Placar voltada ao esporte, ou Marie Claire para o público feminino.

Para os autores Azevedo, Gomes Junior e Wehr (2005), a revista é o meio que mais envolve o leitor com o tema tratado:

A linguagem utilizada hoje pelo meio revista visa aproximar o leitor do seu conteúdo e, dependendo do público a que se dirige, pode ser genérica ou se aprofundar mais em determinado assunto, usando uma linguagem mais técnica. A diagramação atual das revistas, em muitos casos, se assemelha a uma tela de computador e a presença da imagem é obrigatória para ajudar na transmissão de informação. (AZEVEDO, GOMES JUNIOR; WEHR, p.6)

3.2 A Revista e seu Texto

O texto em revista, longe do padrão comum do jornalismo diário, se coloca como interpretativo e instigante. Em uma matéria, é possível ver os detalhes do fato, uma proposta de reflexão sobre o assunto, e uma visão minuciosa do contexto.  Nos primeiros parágrafos, diferenças já são perceptíveis em relação a um texto informativo comum: muitas vezes o leitor imagina estar lendo um livro, com descrições de objetos, de expressões, cheiros e sensações. 

Segundo Vilas Boas (1996), é importante construir um texto elegante e sedutor, para que o leitor não desista da leitura dada a grande quantidade de informações. Desse modo, é necessário que cada parágrafo tenha um tamanho ideal, não deve ser grande e nem pequeno, pois também é um motivo de desistência de leitura. De acordo com o Manual de Estilo da Editora Abril (1990) os parágrafos não podem ser “Nem tão curtos que façam o texto ficar parecido com uma letra de rock brasileiro, nem tão longos que lembrem os autos de um processo”, (p. 27)

A regra de tentar tornar tudo mais conciso em uma matéria de revista, também vale para os títulos. Pois ainda de acordo com o Manual de Estilo da Editora Abril (1990),  “Os melhores títulos que você leu  têm curtas e poucas palavras”.  (p.22)

Assim, todos esses processos literários têm como objetivo maior fazer o seu leitor imaginar o texto em imagens, como se tivesse mergulhado em uma grande história.

Esse leitor sempre espera reportagens completas, com acontecimentos analisados e interpretados. Assim, os neologismos, coloquialismos e gírias, que quase não aparecem no jornalismo diário, ganham espaço na revista, pois dessa maneira o texto ganha proximidade da língua falada pelo seu leitor. De acordo com Vilas Boas:

Neologismos, coloquialismos, gírias, são algumas formas abomináveis em textos de jornais impressos. Na revista semanal de informações, tais recursos não são um mal em si, que precise ser extirpado. Esses recursos devem ser evitados, mas não rejeitados, Há casos em que serão de grande valia. Pense que a língua falada está sempre anos luz à frente das gramáticas. (VILAS BOAS, 1996, p. 17)
           
A linguagem de revista também busca harmonia sonora e evita palavras difíceis, isso impede um texto vaidoso e demonstra respeito a quem está lendo a matéria. Devem se usar palavras simples e que expressam exatamente o que o autor quis dizer, evitando confusão e termos repetitivos. “Só use palavras necessárias, precisas, específicas, concisas, simples e, se possível, curtas. Isto é, não diga nem mais nem menos do que você quer dizer”. (MANUAL DE ESTILO EDITORA ABRIL, 1990, p 29)

 Para chegar a um texto ideal, Vilas Boas (1996) destaca as atitudes de enumerar, descrever detalhes, comparar, fazer analogias, criar contrastes, exemplificar, lembrar, ilustrar e dar testemunhalidade como primordiais, mas sempre respeitando o contexto do assunto.

Podemos encontrar, nos cadernos culturais dos jornais, textos com estilo parecido com os das revistas. O entretenimento é sempre tratado de maneira mais leve já que o tema comparado à política e economia parece menos importante. Já nas revistas, as matérias consideradas mais importantes pelos jornais são tratadas e reproduzidas da mesma maneira estilística que as matérias de cultura.

Com a proximidade do jornal, devido ao estilo e linguagem utilizados em matérias de entretenimento, a revista busca soluções para se diferenciar em conteúdo. Por exemplo, em um festival, a mídia diária cobre todos os dias do evento, mas a semanal ou mensal não tem a mesma oportunidade, e também não podem dar as mesmas informações que todos já conhecem. Assim, a revista busca pautas que se conectam com o tema, por exemplo,  sobre um festival de rock em que viria a banda Nirvana; em vez de detalhar o evento, como os jornais já haviam feito, a revista irá publicar matérias sobre as bandas que nasceram em Seattle que chegaram ao Brasil ditando novas tendências para o rock dos anos 90.

O texto de revista muitas vezes assume também um caráter atemporal. Os textos para jornais assumem uma urgência, de tal forma que uma mesma edição, lida um dia após a sua publicação, já não possui mais valor. Já a revista, apesar de também manter uma periodicidade (semanal, quinzenal, mensal), pode ser lida no mesmo dia em que foi publicada, ou mesmo um ano depois. E este fato se dá como verdadeiro devido à grande quantidade de informações a respeito da reportagem publicada na revista. Em uma matéria sobre uma banda, podemos ter uma informação urgente – um show que acontecerá naquele mês – e ao mesmo tempo o atemporal – o histórico da banda, entrevista com algum membro, análise de algum álbum, a importância do grupo dentro de determinada cultura, ou mesmo uma visão sobre aquela cultura. Tal formato permite uma visão mais ampla do assunto abordado.

O lead, comum em matérias de jornalismo diário, perde a função nas revistas. O texto, por não ser tão urgente, transmite a notícia da maneira desejada pelo repórter. As notícias cruciais podem estar espalhadas pelo texto, bem como apenas no final, buscando sempre uma forma de interessar o leitor, sem despejar todas as informações de uma vez.

As fotografias de uma revista diferem em alguns aspectos da fotografia de jornal. Em primeiro lugar, pela quantidade. Elas podem ilustrar uma matéria tomando uma página inteira, ou mesmo duas, podendo perdurar por todo o texto. Essas imagens podem descrever um acontecimento, ou apenas chamar atenção para um determinado fato. As imagens servem também como um complemento gráfico, gerando maior interesse pela reportagem, além de tornar a leitura mais agradável.

O texto de revista também pode “integrar” o leitor em determinado assunto. Por meio de exemplificações, gráficos e depoimentos de especialistas, traça uma explicação completa de determinado fato. Em janeiro de 2011, as revistas se voltavam ao trágico acontecimento na região serrana do Rio de Janeiro, e veículos influentes como Época, Veja e Istoé abordavam o acidente em sua matéria de capa. Dá-se importância à explicação dos mecanismos biológicos que trouxeram a chuva à tona, explicações sobre os equipamentos meteorológicos disponíveis e até mesmo depoimento de vítimas. A matéria possui vida própria, na medida em que choca o leitor, e emociona. O “urgente” perde a importância – como o número de vítimas até dado momento, por exemplo – protagonizando discursos dos presentes, histórias de vítimas e propostas de solução ao problema.  A partir dessas informações, o autor do texto pode opinar a respeito de soluções ao problema citado, por meio de bons argumentos e conhecimento da pauta. “Construa-o com a mesma fome que o leitor lerá”. (VILAS BOAS, 1996, p. 15)

A linguagem nos textos da Rolling Stone é bem “solta” e descomprometida, abusando de gírias, expressões cotidianas, alguns palavrões e muitos estrangeirismos. Não é incomum encontrar palavras como “chefão” ou “merda” em uma reportagem musical, por exemplo. Ao mesmo tempo, percebemos que esses textos podem ter uma grande densidade, explorando o tema. Em alguns momentos, percebemos o jornalismo literário precedendo grandes reportagens: o repórter conta todos os detalhes do cenário, os cheiros, as sensações.

O jornalista também cria vida às músicas, quando as descreve, caracterizando os sons como se fossem algo material: “A música soou como uma porrada na orelha”, ou “os riffs suaves desencadeiam em um violino que lamenta as notas que se sucedem”.

Os estrangeirismos, objeto de nosso estudo, aparecem em excesso, por diversas razões, que explicaremos ao longo do trabalho. Estão presentes em quase todos os textos, propondo uma linguagem atual, com traços de diversos elementos culturais de diversas partes do mundo.

3.3 Histórico da revista Rolling Stone
        
Buscamos algumas informações das origens da revista Rolling Stone para conhecer melhor seu projeto editorial e que tipo de leitor ela atrai. A maioria dos dados foi obtida pela internet, no website oficial do criador da revista, Jann Wenner (2011), e de alguns colunistas americanos que abordaram o assunto. Os textos, todos em inglês, foram traduzidos por nós. Em relação à edição nacional, que é o maior foco da pesquisa, conseguimos as informações no website oficial da editora Spring (2011), responsável pela Rolling Stone no Brasil.

3.3.1  Rolling Stone no mundo

Com mais de 12 milhões de leitores espalhados por cerca de 30 países, de acordo com o site oficial da publicação no Brasil, a Rolling Stone surgiu nos EUA em 1967, e cresceu de forma avassaladora desde o início, fruto do trabalho do editor Jann S. Wenner. Com 20 anos de idade e recém-formado pela Universidade da Califórnia em Berkeley, Wenner propôs uma mudança à cultura americana: “tratar do interesses jovens, cujo poder de voz na mídia aumentava cada vez mais.” (JANN, 2011)
Criador das publicações UsWeekly e Men’s Jornal, tão bem sucedidas quanto a própria Rolling Stone, a história de Wenner tem suas peculiaridades. De acordo com o autor Robert Draper, em “Rolling Stone Magazine: The UncensoredHistory”, o jovem teria roubado um nome empresarial da Straight Arrow Publishing para avançar seus primeiros passos.
De acordo com a reportagem publicada no site Salon (2011):

(...) Não haveria dúvidas a respeito do conceito editorial inovador de JannWenner: a Rolling Stone cobriria rock 'n' roll para quem era, a mais poderosa força cultural e política em uma época de tumulto generalizado. Ele arriscaria entrevistas que outros não ousariam publicar, e mostraria, através da música, a nova ordem social que estava a se formar. (SALON,2011)

Em sua primeira publicação da Rolling Stone, Wenner já afirma: "não é só sobre música, mas sobre as coisas e atitudes que a música envolve" (JANN, 2011). E no início, a proposta principal era essa, falar sobre músicas, e seus desdobramentos. Com o tempo, a revista se expandiu, surgindo as primeiras matérias abordando política. Assinadas por Hunter S. Thompson, traziam a novidade do jornalismo gonzo. Segundo o Observatório da Imprensa (2011), trata-se de “um gênero jornalístico caracterizado por acabar com a distinção entre autor e sujeito, ficção e não-ficção. Um estilo subjetivo, pessoal, repleto de aspas, sarcasmo, humor, exageros e xingamentos.”
Com a mudança de editor nos anos 2000 - contratam o ex-editor da revista FHM, Ed Needham. Muitos duvidaram que a publicação fosse manter sua qualidade dali para frente. Nesse período, a transformação afetou alguns pessoas, como o colunista da New York Times, Samuel G. Freedman. Samuel comenta, em um artigo publicado em seu website oficial:

Como a maioria das outras revistas e praticamente todos os jornais, a RollingStone é uma empresa privada que deve fazer um lucro para o sucesso, e seu balanço deu conta de uma queda de 10% nas vendas em banca e uma queda de quase 25% em páginas de publicidade durante os vários anos passados. No entanto, a Rolling Stone mantém uma circulação paga de 1,5 milhão e as maiores publicações nos Estados Unidos - The New York Times, The Washington Post, The Wall Street Journal, The New Yorker, The AtlanticMonthly - reconhecem-na com uma relações de confiança pública, como uma empresa não meramente comercial. (FREEDMAN, 2011)

Essa nova Rolling Stone traria à tona as celebridades do mundo pop, focalizando um público mais jovem. Novas entrevistas, com jovens atores e cantores que atraíssem esse novo público. E, segundo Freedman, os fãs fiéis reclamaram, escreveram cartas e pararam de comprar a revista. Em pouco tempo, a publicação retomou seu projeto editorial, com matérias de profundidade na política, arte e cultura em geral, e mesmo assim, viu seus números crescendo: houve um aumento de 23% no lucro, em 2007, segundo dados do website americano Audience Development. No ano de 2006, a Rolling Stone comemorou a sua 1000° tiragem. Nesse tempo, muitos artistas passaram por suas capas, marcando suas carreiras na história.
Compromissado com o jornalismo de qualidade, Wenner criou uma revista dinâmica e recheada de novidades do mundo da música, de entrevistas provocantes e fotografias inovadoras, “tornando a Rolling Stone a fonte definitiva da cultura popular americana.” (BIOGRAPHY, Jann S. Wenner website Oficial)

3.3.2. Rolling Stone no Brasil

A revista Rolling Stone chegou ao Brasil em outubro de 2006 representada pela editora Spring. É distribuída em todo o território nacional e com periodicidade mensal. Contando com uma tiragem de 86 mil exemplares - segunda maior circulação do mundo – a versão brasileira perde apenas para a edição americana.
Através da relevância de suas matérias, eficiente jornalismo narrativo e formatação inovadora, o veículo atingiu rápido sucesso no país, sendo reconhecida com diversos prêmios nacionais:
·         24º Prêmio Veículos de Comunicação – Revista Jovem
·         23º Prêmio Veículos de Comunicação – Revista Jovem
·         21º Prêmio Veículos de Comunicação – Revista Jovem
·         Prêmio Caboré 2008 – finalista na categoria Veículo de Comunicação de Mídia Impressa
·         20º Prêmio Veículos de Comunicação – Lançamento do Ano
Segundo o portal da Spring Editora (2011), são vários os fatores que levaram a Rolling Stone se consagrar também em território nacional. “(...) observação próxima e crítica das autoridades e celebridades, e dos fenômenos culturais e políticos vigentes; a apuração meticulosa dos fatos e a transformação deles em reportagens claras e profundas”. SPRING (2011)
Abordando comportamento, entretenimento, moda, consumo, tecnologia, crítica sócio-política e tendo a música como o principal tema a ser tratado, a revista tem, claramente, os jovens como público alvo.
Segundo o mídia kit (conjunto de informações sobre a mídia) do portal da Spring Editora (2011), a Rolling Stone tem um público alvo formado por jovens de todas as idades. Mesmo assim, o público varia entre 18 e 60 anos, julgados pela editora como “antenados e amantes da cultura pop”.
Os leitores reconhecidos por sexo, idade, classe social, hábitos e preferências, ainda segundo o mídia kit, tem o seguinte perfil:

Sexo:
53% do público é formado por homens, enquanto 47% é feminino.
Idade:
41% dos leitores têm entre 20 e 29 anos.
14% variam entre 30 e 39.
5% estão na faixa etária de 40 e 49 anos de idade.
Classe Social:
76% pertencem à classe A e B.
22% estão presentes na classe C.
Assuntos de interesse do leitor, ainda segundo mídia kit da página digital:
- O leitor da RS é informado e antenado
Atualidades/Noticiários 94% - Economia Nacional e Internacional 65%
- Vaidoso, prevenido e gosta de se cuidar
Beleza e estética 57% - Saúde e qualidade de vida 73%
- Plugado nas novidades dessas áreas
Computação 73% -Tecnologia 77% - Ciência e avanços científicos 76%
- Consciente e engajado nas causas que defende
Ecologia e meio ambiente 72%
- Descolado, sociável, influente e adora curtir a vida
Viagem e turismo 73% - Moda 59% - Humor e diversão 81% - Música 97%
É agitado, dinâmico e determinado
Esportes em geral 68%

O conteúdo da revista Rolling Stone é divido da seguinte maneira:
·         15% - Assuntos Internacionais, Política e Ciência.
·         10% - Moda e Comportamento.
·         15% - Cultura e Interesse Geral.
·         15% - Mídias e Entretenimento.
·         10% - Eletrônicos e Tecnologia.
·         35% - Música

Segundo a sua editora, o veículo conta com sete pilares que são fundamentais para compor o seu conceito editorial. De acordo com o mídia kit:
Música e Cultura – perfis de artistas e personalidades, matérias e artigos sobre estilos musicais, cinema, televisão, literatura e outras mídias.
Comportamento – ensaios e matérias sobre estilo de vida, tendências, sexo e atualidades.
Tecnologia – internet, vídeo games, interatividade, comunidades sociais e outras novas mídias.
Moda – estilo, consumo, e ensaios fotográficos focados em tendências nacionais e internacionais.
Consumo e Mercado – Resenhas de lançamentos de novos produtos nos mercados brasileiro e internacional, por meio da seção “Guia Rolling Stone”, sempre localizada no final da revista.
História – a seção arquivo RS resgata algumas das reportagens clássicas publicadas ao longo de mais de 40 anos de Rolling Stone norte-americana.
Crítica Sócio Política – matérias, discussões e análises sobre política nacional e internacional, denúncias e investigações, acompanhamento crítico do governo, segurança, cidadania, terrorismo, crime organizado, tráfico de drogas, ecologia, distribuição de renda, entre outros temas.

3.3.3 A Revista em outras mídias

A Rolling Stone Brasil também apresenta uma versão na internet, que obtem em média dois milhões de acessos mensais. O site oferece as notícias mais importantes do entretenimento, no que se refere à música, moda, tecnologia, cinema, lançamentos e outras variedades. Além disso, o portal concede trechos de reportagens das edições impressas atuais e matérias completas das anteriores.
A Rolling Stone também participa de redes sociais (facebook, orkut, twitter), e interage com o leitor por meio de blog, enquetes e concursos culturais. O conteúdo da revista ainda é disponível para celulares, o que demonstra grande desejo em atuar de forma a aproveitar todas as mídias.

4. CONCEITOS DE ESTRANGEIRISMOS

A revista Rolling Stone utiliza uma linguagem diferenciada do jornalismo convencional. Desprendida de alguns padrões jornalísticos, ela utiliza analogias criativas, algumas gírias e muitos estrangeirismos, sendo este último o objeto a ser analisado. Esse gênero de palavra é muitas vezes empregado em nosso dia-a-dia de maneira espontânea. Um exemplo de verbete aportuguesado é stress, que em nosso idioma se escreve estresse, demonstrando que estamos nos adaptando à globalização da comunicação.
Aplicado no cotidiano, para definir um novo termo que se origina no exterior, ou que simplesmente é uma palavra pertencente à outra cultura, o estrangeirismo tem uma forte presença no português. No trecho a seguir, aparece a palavra empréstimo.
O empréstimo se refere às palavras que são literalmente “emprestadas” de outra língua, por não haver outro termo semelhante no idioma. Por exemplo, a palavra sutiã, que foi emprestada para dar nome a algo sem tradução em português, e a seguir, foi aportuguesada.
Ainda a respeito da definição de estrangeirismo e empréstimos, Garcez e Zilles afirmam:
Estrangeirismo é o emprego, na língua de uma comunidade, de elementos oriundos de outras línguas. No caso brasileiro, posto simplesmente, seria o uso de palavras e expressões estrangeiras no português. Trata-se de fenômeno constante no contato entre comunidades lingüísticas,também chamado de empréstimo. A noção de estrangeirismo, contudo, confere ao empréstimo uma suspeita de identidade alienígena, carregada de valores simbólicos relacionados aos falantes da língua que originou o empréstimo (GARCEZ; ZILLES, 2004 p. 15).

Seguindo o pensamento de Garcez e Zilles, podemos sugerir alguns desses valores simbólicos relacionados. O estrangeirismo pode estar carregado de uma suposta elitização, usando este conceito como valor. Podemos nos apegar ao fato de certa parte da sociedade acreditar em uma falsa superioridade daquilo que é originado fora de seu país.
No campo das mudanças lingüísticas, os empréstimos de palavras ou expressões são em geral associados a atitudes valorativas positivas do povo que os toma em relação à língua e à cultura do povo que lhes deu origem. Muitas vezes são utilíssimos à elite, que assim se demarca como diferente e superior. (GARCEZ; ZILLES, 2004, p. 156).


Assim, os estrangeirismos, dependendo da forma que são empregados, são dotados de funções diferentes e que podem estar inclusos em forma social ou estilística. Isso pode ser explicado em um trecho de Calvet.

Dizer, por exemplo, o toalete, o reservado, o banheiro, a latrina, WC,evidentemente se manifesta uma variável, mas resta o problema de saber a que função correspondem essas diferentes formas (...) (CALVET, 2002, p.103)

Segundo o autor, esses termos, que têm o mesmo significado, podem ser aplicados conforme a faixa etária de quem está empregando. Por exemplo, os jovens diriam banheiro.  Os avós, reservado. Isso demonstra que as palavras divergem de uma geração para outra. Calvet (2002) também afirma que as escolhas das palavras utilizadas podem vir segundo o sexo do sujeito. A mulher diria toalete, e o homem, banheiro. Por fim, os verbetes aplicados podem condizer com a classe social, segundo o autor. Uma pessoa de classe favorecida diria toalete, outra vivendo em escala desfavorecida, poderia usar latrina.
O jovem de hoje deseja estar inserido em sua tribo social. Ele quer ficar “antenado” nas novidades de tecnologia e moda, além de ouvir músicas internacionais e assistir a filmes estrangeiros, por exemplo. Essas características de nosso tempo são razões que levam à busca de termos do país tomado como referência cultural.
Vamos destacar o empréstimo da língua inglesa, a mais globalizada no mundo. Todos sabem que falar inglês, hoje, é uma necessidade para quem busca a comunicação com outros países. É ser, de certa forma, superior. É inevitável alegar que quem fala a língua inglesa é dado como uma pessoa instruída e de saberes culturais mais elevados.
Diante desse pensamento, podemos sugerir que o estrangeirismo pode ser uma forma de segmentar a sociedade. Podemos ditar esse conceito partindo da realidade: em um ambiente de trabalho em que todos têm um nível de estudo elevado, o uso de estrangeirismos é mais frequente, como a palavra job e feedback. Em outros locais, onde o estudo não é propagado, poucas pessoas compreenderiam tais palavras.
Essa situação demonstra que existem níveis de estrangeirismos que são utilizados em diferentes classes da sociedade, o que fica mais consistente se nos apegarmos à comunicação na publicidade, por exemplo.
Lojas que apresentam suas ofertas com anúncios de sale ou 50% off, geralmente são as de preço mais elevado, com público formado por pessoas de nível financeiro acima da maior parte da sociedade. Esse grupo, sugere-se que com maior poder aquisitivo, também tem mais acesso a educação, mais precisamente do inglês.Então, percebemos que a loja tem a certeza que seus clientes irão compreender essa informação, se não jamais o fariam. O público dessa loja, por sua vez, se sente superior, pois sabe e entende o que o anúncio quer dizer, e isso muitas vezes pode ser uma exclusividade.
Isso se encaixa no que se chama sociolinguística. Portanto, refere-se à linguagem em relação com a sociedade e seus fenômenos.
O objeto de estudo da sociolinguística é a diversidade linguística que está relacionada ao estudo de dialetos de classes sociais e das diferenças entre fala feminina e masculina; identidade social do receptor ou do ouvinte – relevante, por exemplo, no estudo das formas de tratamento. (...) diferenças entre formal e informal existentes na maioria das línguas (...) julgamento social de extinto que os falantes fazem do próprio comportamento linguístico e sobre o dos outros, isto é, as atitudes linguísticas. (ALKMIN in MUSSALIN; BENTES, 2001, p. 28 e 29)

Assim, podemos dizer que o estrangeirismo entra em caráter sociolinguístico, pois se mostra como um estilo a ser usado dependendo da realidade social, a partir do contato entre as diversas línguas. Surge assim um primeiro rastro do objeto estudado.
Há na superfície do globo entre 4.000 e 5.000 línguas diferentes e cerca de 150 países. Um cálculo simples nos mostra que haveria teoricamente cerca de 30 línguas por país. Como a realidade não é sistemática a esse ponto ( alguns países têm menos línguas, outros, muito mais), torna-se evidente que o mundo é plurilíngüe em cada um de seus pontos em que as comunidades lingüísticas se costeiam, se superpõem continuamente. O plurilinguismo faz com que as línguas estejam constantemente em contato. (CALVET, 2002, p.35)
O aumento dos estrangeirismos incorporados em nosso idioma e sua aceitação se apresenta na 5° edição do dicionário Aurélio, lançado em 2010. A obra apresentou seis mil novos termos em seu conteúdo, entre eles, os estrangeirismos tuitar, pop-up, nerd, petit gâteau e ecobag.
O deputado Aldo Rebelo (PCdoB - SP), político que criou o projeto de lei 1676/99, parte da opinião contrária, a não aceitação. Tal projeto busca promover, defender e proteger a língua portuguesa. Aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados em 12 de dezembro de 2007, destaca a dificuldade que pode ser gerada na comunicação entre os brasileiros, devido ao uso de estrangeirismos. Por isso, segundo a lei, é necessária a tradução do termo estrangeiro, toda vez que ele for empregado em algum meio de comunicação.
Segundo o projeto de lei:
Ora, um dos elementos mais marcantes da nossa identidade nacional reside justamente no fato de termos um imenso território com uma só língua, esta plenamente compreensível por todos os brasileiros de qualquer rincão, independentemente do nível de instrução e das peculariedades regionais de fala e escrita. Esse – um autêntico milagre brasileiro – está hoje seriamente ameaçado.(Projeto de Lei n°.1676 de 1999: 181182)

O livro “Estrangeirismos: Guerras em torno da língua” (2004), organizado pelo professor Carlos Alberto Faraco, surgiu como uma resposta ao projeto de lei. Ele reúne artigos de diversos professores que justificam porque discordam da opinião do deputado. Pedro Garcez e Ana Maria Zilles (2004), no artigo “Estrangeirismos: desejos e ameaças”, afirmam que não podemos negar o reflexo de um mundo globalizado, nem interromper as transformações que a situação atual gera.
Já Rebelo em seu projeto de lei, declara certa negatividade quando se trata da globalização:

Foi assim no antigo oriente, no mundo grecoromano e na época dos grandes descobrimentos. E hoje, com a marcha acelerada da globalização o fenômeno parece se repetir, claro que de modo não violento; ao contrário, dáse de maneira insinuante, mas que não deixa de ser impertinente e insidiosa, o que torna preocupante, sobretudo quando se manifesta de forma abusiva, muitas vezes enganosa, e até mesmo lesiva à língua como patrimônio cultural. (Projeto de Lei n°.1676 de 1999:181)

No livro, é demonstrado que a influência de uma língua à outra é parte de um processo histórico. De todas as mudanças através do tempo, nunca houve o empobrecimento do idioma que recebeu o empréstimo.

É interessante como Bagno afirma não ver alteração na estrutura da nossa língua quando cita a frase “O Office-boy flertava com a baby-sitter no hall do shopping Center” (2004, p. 74).  Sabendo que todos compreendem essa citação, entende-se que o estrangeirismo não abala, nem dificulta nossa leitura e entendimento.


4.1 Anglicismo e galicismo

Influencias de diversas línguas podem nos acometer, mas é inevitável notar o uso excessivo de estrangeirismos vindos do inglês e francês. Nossa língua, provinda do latim, só se permite comunicar com a antiga linguagem se for transmitir sentimentos fundamentais do homem. Como explica Costa:

Embora classificada como língua morta, seria mais exato dizer que o latim está fora de moda, por se ter imobilizado no tempo. Pois, como o vocabulário latino, poderemos sempre exprimir os sentimentos fundamentais do homem, mas não nos servirá para designar nem as idéias nem os objetos contemporâneos. (COSTA, 2000, p.63)

Sendo assim, emprestamos o anglicismo e o galicismo para nos comunicarmos sobre as novidades do mundo contemporâneo. O anglicismo é uma palavra ou expressão própria da língua inglesa levada a outra.  Ele carrega um poder quase imensurável, não só no Brasil, mas em praticamente todo o mundo.

(...) a língua inglesa ocupa um lugar sem paralelo no universo lingüístico. Dentre todas, foi a que mais se expandiu na história do nosso planeta, a ponto de ser hoje utilizada pelo menos por um habitante do globo em cada sete. A metade dos livros impressos foi escrita em inglês, e a maior parte das ligações telefônicas internacionais é nessa língua. O inglês é, também, o idioma usado em sessenta por cento dos programas de rádio, incluídos os da Rússia, já convencida de que para seduzir o público e influenciar as demais nações é preferível recorrer a ele. E não é só: setenta por cento de toda a correspondência internacional é escrita ou subscrita em inglês. Se pensarmos nos computadores, veremos que o índice de textos em língua inglesa conservados em suas memórias se eleva a oitenta por cento. (COSTA, 2000, p.79)

A presença do anglicismo ainda é mais forte quando se trata de termos da cibercultura:
A primazia da origem anglo-saxã se manifesta ainda mais visivelmente no vocabulário da cibercultura , dos byts aos bugs, dos bytes aos CD- ROMs, dos hackers aos crackers, dos modems aos escâners. (COSTA, 2000, p. 79)

Segundo Costa, o inglês se firma, cada vez mais, no mundo dos negócios, ciências e cultura popular.
O galicismo, “palavra ou construção afrancesada”, de acordo com Michaelis (2000), ainda é o gênero de estrangeirismo mais comum.

Se a primazia do inglês é esmagadora no campo do esporte e dos negócios, quando se trata de sutilezas do espírito, de nuanças do pensamento, de reticências, de quando se deseja recorrer a semitons, a subentendidos ou insinuações, mais do que a declaração pura e simples, todas as demais línguas se afiguram bem menos do que a francesa. (COSTA, 2000, p.26)

O autor fala de diversas situações em que o francês se encaixa melhor. Podemos ainda citar que o francês nos acrescentou diversas palavras que não teriam significados em nossa linguagem. Como já dito, o abajur foi introduzido em nossa língua e adaptado. Ou seja, aportuguesado, assim como diversas outras palavras, como sutiã e vitrine.
O poder desses países em nosso idioma não se explica, segundo Costa (2000), em ordem lingüística, nem em sua gramática, pronúncia e ortografia. Isso se explica no poder da nação que origina os termos. “Uma língua adquire poder quando uma nação se torna poderosa. E esse poder pode ser militar, cultural ou econômico, ou, como no caso dos Estados Unidos, os três simultaneamente.” (CRYSTAL in COSTA, 2000, p. 26)


4.2 Estrangeirismos no jornalismo

Sabe-se que o jornalismo deve se preocupar em se comunicar de maneira simples e prática, de modo que a informação seja compreendida por todos.

A redação jornalística segue regra primordial de narrar o fato rapidamente e de forma simples, tendo sempre em vista que o essencial em comunicação é escrever de modo que se faça entender. Portanto, evitam-se o vocábulo raro, a linguagem rebuscada e de difícil entendimento. Modernamente, os jornalistas rejeitam o excesso de adjetivação. Enquanto, porém, foge do adjetivo plano, o jornalista nem sempre está livre de formar outras expressões que se tornarão comuns com o passar do tempo. (ANDRADE; MEDEIROS, 2001 p. 94)

Portanto, o uso de estrangeirismo não é proibido na linguagem jornalística, porém, em alguns veículos, o excesso dos termos vindos de outras línguas é evitado. O Manual Geral da Redação da Folha de São Paulo exibe o tópico intitulado Estrangeirismos, no qual fica clara a posição sobre o uso dos termos oriundos de outros países:
A Folha só usa palavras ou expressões estrangeiras quando ainda não existem equivalentes em português. O jornal considera sua função criar esses equivalentes sempre que possível ou aportuguesar a grafia de palavras de outras línguas. O excesso e o uso gratuito de estrangeirismos sugerem pedantismo. (1987, p. 76)

O Manual de Estilo da Editora Abril aponta que em suas publicações, “nas palavras e expressões estrangeiras de uso restrito na língua: hooligans, condottiere, Alea jacta est. Se seu uso é corrente, dispensa-se o grifo: Best-seller, réveillon, open market”. (1990, p. 50)
Em algumas situações, os estrangeirismos são empregados de acordo com a editoria. Em uma editoria de economia, por exemplo, são necessários termos que muitas vezes não possuem tradução, e já são utilizados de maneira comum entre os que são interessados e condicionados a trabalhar com os verbetes emprestados. Portanto, esse conteúdo já se distingue de matérias informativas tradicionais e é conduzido especificamente a esse público visado, sabendo que só será entendido por ele. Assim, se entende pelo trecho a seguir:

Os editoriais e os artigos assinados valem-se de vocabulário menos comum. São encontráveis nesse tipo de matérias palavras que não são de uso quotidiano por classes sociais de pouca escolarização, expressões latinas, jargões econômicos, jurídicos, sociológicos, estrangeirismos. Hoje, como são freqüentes em periódicos artigos de profissionais das mais diferentes áreas, o vocabulário neles encontrável difere do utilizado na linguagem usual. (ANDRADE; MEDEIROS, 2001, p. 97)

O jornalismo diário usa diferentes recursos gráficos para incorporar os estrangeirismos em seu texto, quando esse não está introduzido na linguagem habitual, ou mesmo quando sabem que o termo não será compreendido pelo grupo que quer atingir. Alguns recorrem ao itálico, outros às aspas, como se vê mais uma vez no Manual Geral da Redação da Folha de São Paulo:

Apenas as palavras estrangeiras ainda não incorporadas ao uso cotidiano deverão ser grafadas entre aspas (e não em negrito). Seu significado deve ficar claro para o leitor ou pelo contexto ou por sua tradução, o que deve ser transcrita logo em seguida entre parênteses. (1987)

Outro exemplo de recurso utilizado para maior compreensão do estrangeirismo no jornalismo impresso é a tradução. Expressões em outro idioma, quando usadas no jornal “O Estado de São Paulo” são seguidas desse recurso:

Mesmo que você as julgue muito conhecidas, traduza sempre as citações em língua estrangeira: “Après moi lê déluge” ( “Depois de mim, o dilúvio”) “Alea jacta est” ( “A sorte está lançada”)”To be or not to be that is the question” (“Ser ou não ser, eis a questão”). Neste caso, use aspas. (1997, p.58)

Em um estudo sobre os estrangeirismos na revista Istoé Dinheiro, Libera (2006) constata que “(...) nas revistas o uso de estrangeirismos ou empréstimos são frequentes (...)”.  Libera observa que não há preocupação em explicar entre parênteses o significado dos estrangeirismos poucos conhecidos como spread.
Portanto, há um padrão para o uso dos estrangeirismos em cada veículo impresso, e ele é formado de acordo com os interesses relacionados ao público-alvo. Mas sempre há certo respeito pelo padrão de linguagem jornalística, que como já foi descrito anteriormente, busca a redação objetiva e simples para o maior entendimento.
Em uma análise inicial de alguns textos da Rolling Stone, pudemos perceber que os estrangeirismos são frequentes. Além disso, o significado deles nem sempre nos estava claro. Nem sempre esses estrangeirismos apareciam destacados do texto, confundindo-se com o restante.
Assim como a linguagem de cada veículo de comunicação é específica, os estrangeirismos acabam sendo tratados de forma diferenciada também. Mesmo na própria Rolling Stone, percebemos que as editorias tratavam os termos estrangeiros individualmente. Portanto, o estudo buscará compreender essa variável criada no jornalismo cultural, que permite a entrada de tantas palavras de outros idiomas ao nosso vocabulário.

 Observações durante a contagem de estrangeirismos

A quantificação e a análise de estrangeirismos da Rolling Stone nos mostraram que, além das constatações referentes às hipóteses, algumas características interessantes de serem abordadas. Essas informações adicionais juntamente com os dados tabulados e a entrevista do editor-chefe da revista - ajudaram a estabelecer pontes entre o conteúdo pesquisado e o efeito que o estrangeirismo traz no texto jornalístico.
            Em nossa primeira tabulação, havíamos optado por contabilizar também os estrangeirismos repetidos, mesmo que em um mesmo texto. Logo na primeira revista analisada (junho de 2011), percebemos o problema com a decisão: alguns textos usam somente um estrangeirismo, por diversas vezes. Deparamo-nos com a seção Mixmídia, com o texto "Riso em Pé de Guerra" (p. 43), em que a palavra stand-up apareceu 34 vezes em apenas duas páginas. Entendemos que devido à exposição exagerada do termo ao público, eles compreendam o termo e ele não exista na língua portuguesa de outra forma que não o caracterize exatamente com eles o conhecem.
            A tradução de alguns termos é esporádica. Muitas vezes, encontramos a tradução de gírias inglesas para o apelido dos artistas. Na reportagem "Apocalipse Norte-Americano", da edição de junho de 2011, o primeiro parágrafo revela, em parênteses, a tradução do termo Demon Dog (p. 90), palavra utilizada pelo próprio artista para se referir a si enquanto escritor.
            Em relação aos estrangeirismos aportuguesados, percebemos que eles podem ser encontrados tanto da forma traduzida quanto na forma original. A palavra multiplayer, que surge com certa frequência em textos sobre jogos eletrônicos, foi grafada como multijogador na edição de dezembro de 2009 (p. 144): "(...) Além de um modo mutijogador online, (...)".
            Os gêneros musicais dificilmente são traduzidos. O editor-chefe Miyazawa nos explicou que eles costumam trabalhar com “termos consagrados”, seja no português, seja no inglês. Em todas as reportagens sobre música, encontramos ao menos um estrangeirismo referente ao gênero musical.
            É importante destacar que não só os estrangeirismos são constantes na revista enquanto texto, mas também em títulos de artigos ou nome das seções. O nome da revista nos remete ao estrangeiro (Miyazawa comenta que eles não precisam traduzir “pedra rolante” do nome da revista para que o leitor possa entender e comprar), em primeiro lugar. Assim, seções como Fashion Pages, Rock&Roll,  e colunas Hot List são comuns na revista.
Algumas frases são escritas totalmente em inglês para ilustrar determinados textos. A frequência desse tipo de construção é baixa (encontramos três casos nas seis edições analisadas). No texto especial “Instituto Rolling Stone” , da edição de junho de 2011 (p. 36), encontramos a pergunta In Rock We Trust? como título, e durante o texto, a frase Long live rock and roll!
Os únicos termos estrangeirismos sempre grafados em itálico ou acrescidos de aspas (por padrão) são os que se referem a alguma obra específica, como o nome de um álbum musical ou livro. Mais tarde, pudemos confirmar tal observação com o editor Miyazawa.         
As expressões utilizadas por artistas em determinadas situações ganham tradução entre parênteses, além do destaque em aspas. Na reportagem de capa da edição de junho de 2011 (Lady Gaga, p. 64), as expressões Drunk Diet e little monsters recebem este tratamento. Essa ocorrência costuma aparecer com frequência em reportagens traduzidas da Rolling Stone americana.


    REFERÊNCIAS

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FOLHA DE S. PAULO. Manual geral da redação. 2. ed. São Paulo, 1987.

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