O brasileiro, acompanhado de sua síndrome vira-lata, é o primeiro a negar as qualidades do próprio País. No topo das mazelas sociais e econômicas está sempre uma mesma palavra: corrupção. Some esta característica ao cultural "jeitinho brasileiro", descrito praticamente desde 1500, e temos logo um esteriótipo pronto de brasileiro malandro, sem vergonha, desafeito às leis.
Não é bem assim. Este estudo noticiado pelo New York Times aponta que a corrupção custa cerca de 120 bilhões de euros à União Europeia POR ANO. Segundo o texto, mais de três quartos dos cidadãos do conglomerado econômico acreditam que o problema é generalizado em seus países. Há, ainda, um índice de percepção da corrupção, apontando que boa parte dos cidadãos europeus é tão pessimista quanto aqui, no Brasil. No ranking, ficamos em 72º, um ponto a menos em relação a 2012. Veja outros dados nesta matéria do jornal O Estado de São Paulo.
(fonte: http://cpi.transparency.org/)
Comparemos: o mensalão petista, alçado por especialistas e pela mídia como maior escândalo de corrupção do Brasil, custou pouco mais de R$ 100 milhões ao País. Isto não o torna válido nem moral, não nos enganemos. Por outro lado, é justamente no argumento anticorrupção que muitos têm desacredito do sistema político como meio de acesso à democracia, e isto pode se tornar um perigo à medida em que instituições tão custosas perdem a força - e a confiança do eleitorado.
Qual o efeito imediato disto? Votos nulos, "no menos pior" ou mesmo em qualquer um, este último aclamado pela geração que odeia política e não se importa em quem vence ou perde. 2014 é um ano importante para o País e é fundamental que escolhamos a dedo quem serão os próximos governantes. Não apenas presidente: governadores, deputados federais, estaduais e senadores. É momento de deixar o vira-lata pessimista para lá e analisar quem, de fato, vale o seu voto.
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