Este texto foi escrito para o Curso Estado de Jornalismo - Estadão
Mesmo com Serra à frente de
Aécio Neves na corrida pelo Planalto em 2014, o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso afirmou que a aposta do PSDB precisa ser política, não eleitoreira. Embora
prefira o possível candidato paulista, que chamou de “o político mais preparado
e competente do Brasil”, Cardoso teme que uma terceira derrota possa sentenciar
o futuro de sua legenda. “O partido tem que pensar na sobrevivência. Um
candidato que perde várias vezes não abre espaço para o futuro”, disse.
Para o ex-presidente, que
considera que Eduardo Campos e Aécio Neves são políticos “muito competentes”, é
preciso permitir que novas lideranças se lancem às candidaturas. “Suponhamos
que Aécio, Marina ou Eduardo perca. Eles vão continuar em pé na próxima
eleição”, argumentou. FHC considerou que
seria irresponsável se ele fosse candidato outra vez, assim como Serra. “Tem que deixar que outros cresçam, o processo
político é mais amplo”, explicou.
Cardoso ainda destacou que é
difícil projetar figuras políticas na opinião pública do País, que julgou ser
afeita de simbologias e não de pessoas. Para
ele, o que vale é a mídia e a linguagem corporal. “Sabe como eu faço para ver
campanha? Desligo o som. A maioria da população não está nem entendendo o que
está sendo falado ali. É a body
language”, disse.
Nem mesmo o mensalão teria a
visibilidade e o resultado alcançado se não fosse pelo efeito “teatral”,
segundo o ex-presidente. “Alguém acha que existiria mensalão sem Roberto
Jefferson? Ele foi ator e teve capacidade de dramatizar”, afirmou.
A última pesquisa do Ibope,
do dia 24 de outubro, mostrou Dilma vencedora das eleições no primeiro turno. A
petista teria 41% dos votos, contra 14% de Aécio e 10% de Campos. No cenário com Serra, Dilma teria 40% e o
tucano, 18%. Campos continuaria com 10%.
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