Essa imagem apocalíptica expressa bem como minha cabeça tem andado. Perto das eleições, diz a minha moral que devo escolher e estudar bem meus candidatos. Em um quarto semestre de jornalismo, a mesma moral diz que devo formar opinião sobre muitos assuntos. Religião, filosofia, sociologia, esporte (!!!), polêmicas em geral, escândalos e tudo mais o que surgir. É nessas horas, em que tudo cai de uma vez só, o fato de eu existir e como ser humano, raciocionar o mundo e a minha vida dentro dele, me faz querer ser qualquer outro animal com pouca massa encefálica. Por um momento parece que tomo alguns partidos, tenho algumas decisões. Mas logo surge uma nova notícia, e tudo vai por água abaixo. Será que realmente devo pensar assim? Meus princípios estão corretos?
O caos tomou conta. Parto dessa, e de mais algumas confissões para fazer uma possível reflexão. Quando eu começo a crer que vale mais a pena votar em um candidato a presidente e não em outro, descubro algo horrível em seu passado que me faz repensar, e opto por um terceiro candidato. Mais algumas semanas de pesquisa, e ele também não vale mais nada. Afinal, qual deles vale alguma coisa?
Outro dia reli meu post sobre o humor de "antigamente", e minhas críticas aos programas humorísticos atuais. Mas domingo, assisti ao Pânico na TV e chorei de rir com os quadros. E paro pra pensar: eles ofendem pessoas, humilham mulheres, esculacham deficientes e pessoas pobres. Mas eu, como milhões de outros brasileiros, ri! E qual é a proposta do programa? Fazer rir. Então será que eles estão tão errados assim? Devo me sentir mal por rir das piadas deles?
Tropa de Elite 2 tá vindo aí. No twitter, vi muita gente postar algo como "mais um filme pros cientistas sociais e cultzinhos de internet ficarem de mimimi". Com o primeiro filme, participei de uma série de discussões a respeito do tema, seja com amigos, seja nas redes sociais, ou mesmo na faculdade. Será que foi uma perda de tempo, e afinal de contas é só um filme de ação com bordões que o Brasil repetiu à exaustão?
Nas férias de julho, fui com uma amiga, Mariana, na Versace (Oscar Freire), e encontrei a mulher do Zezé de Camargo, uma mulher muito estranha. Fiquei um bom tempo discutindo com ela, com a vendedora e com a própria Mariana, porque eu achava ridícula a ideia de elas amarem roupas feitas com pele animal, e pagarem um absurdo por isso. Oras, as roupas que eu uso, mesmo que não tenham matado nenhum animal, foram fabricadas em países minúsculos em algum canto do mundo que eu não faço a menor ideia, e muito provavelmente por meio de mão de obra barata, às custas de alguém com menos sorte que eu. Então que diferença faz matar um bicho ou escravizar uns pobres por aí? E peraí, eu não dispenso um churrasco, eu SÓ como carne e odeio vegetal. Nunca parei pra pesquisar sobre essa questão de vegetarianismo, nem tive vontade. Jamais dispensaria meu almoço, por mais que provem de todas as formas que é possível viver de vegetais. A desgraça está em tudo quanto é lugar.
Devo comprar uma marca nacional para fortalecer nossa economia, ou uma marca internacional? De repente algum país realmente precisa exportar tal produto por ser a base da sua economia, e se não houver demanda, eles morrem de fome (hipóteses absurdas mas que fazem sentido).
Como disse uma amiga, uma vez: "se você parar pra pensar em tudo, nos mínimos detalhes, vai parar de viver". É refletir mais e criar mais problemas. É preciso se preocupar com todas as questões do mundo?

O BANHO DEMORADO! Será possível que até mesmo em um momento tão simples e relaxante, como o banho, eu sou obrigado a pensar que se passar de 10 minutos ali, estarei colaborando para a futura escassez de água no planeta? E a amazônia? E os direitos dos índios? E a luta pela igualdade dos sexos? E a pena de morte? E a a pobreza? E a fome? E a criminalidade? E a obrigatoriedade do diploma de jornalismo? E o petróleo? E os bichinhos morrendo por derramamento de óleo?
AAAAAH!
Pensar faz mal às vezes.