Com o avanço da internet e da internet banda larga, o acesso à cultura está se tornando cada vez mais fácil. E com ele, o surgimento de centenas de "geniozinhos" espalhados pelo globo. Eles são pessoas que citam Nietzsche, Dostoiévski, Rosseau, que ouvem música erudita e rock alternativo, que conhecem o teatro espanhol e toda a literatura inglesa. Ah, é claro, tudo isso descoberto pela wikipedia e semelhantes. E eles se proliferam rápido. Em um piscar de olhos, ouvir uma música eletrônica virou blasfêmia. Ver um filme qualquer para se divertir virou fútil. Aliás, "futilidade" se tornou o carro-chefe das ofensas utilizadas pela geração de intelectuais mirins. (leiam o post "Futilidade?", do ano passado)
E o que o indivíduo comum - consciente de seu papel na sociedade, e querendo, como todos, se incluir num círculo de amizades - faz? Ele se encaixa, e da pior forma possível. Como? Ele passa a ouvir, assistir, ler e respirar tudo aquilo que é considerado "culto" por esse círculo que o envolve.E já não basta o fato de conhecer algo que provavelmente não vai gostar, engole o produto, obrigando-se a acreditar que a qualidade do mesmo é indubitável e intocável. Se ele não gostar, é ignorante. Se não aprovar, se não sentir prazer ao apreciar tal obra, é um inferior.
E não estou questionando a qualidade de nada citado anteriormente, ou qualquer outra. Mas o que é a arte? Ninguém faz algo que não gosta. Os muitos que criticam o fato de existirem "ovelhas" da mídia, que seguem as tendências de tudo que está na tv e no rádio, são os mesmos que se tornam escravos do que julgam "culto". E se é pra fazer o que não gosta só pra agradar os outros, que diferença faz se é com algo "inteligente" ou não? Nenhuma. É simplesmente uma grande hipocrisia para se elevar diante de outros. Não se come aquilo que não se gosta.
Apesar de gostar muito de livros e de conhecer estilos de escrita, uma das matérias que mais odiei no colegial foi literatura. E por quê? Simples, era obrigado a ler, e não levado a conhecer algo por vontade própria. Na escola, vivem lhe colocando na cabeça que você deve conhecer isso, isso e aquilo. Mas nunca perguntam se aquilo lhe agrada, se é isso que quer.
Nós precisamos entender que para tudo existe um equilíbrio. A vida não se trata apenas de estudar ou buscar as profundezas do intelecto. Mas também não é uma eterna bagunça. É um mesclado de ambos, na medida certa. Não se obriga a fazer o que não se gosta. É simples, e se todos pensassem assim, talvez as pessoas procurariam mais, por si só, pelos melhores filmes, pelas melhores músicas...Enfim, sem uma obrigação de se tornar um cidadão superior a ninguém, sem a prepotência de ser mais inteligente.
Que tal seguir o caminho que mais lhe agrada?
Muito bom o post! Ele mostra exatamente a principal "rivalidade" que estamos vivenciado na sociedade atual: a futilidade versus o pseudo-intelectual! Se alguém segue a mídia, essa pessoa é taxada de alienada; se procura os "clássicos cult" e se prende a esse modelo, também não deixa de ser um alienado!
ResponderExcluirVejo que hoje até a "moda" de ser cult não deixa de ser comercial! Só que esse pensamento traz um - efêmero - alívio; porque, afinal de contas, não estamos seguindo tudo aquilo que é considerado fútil.
Concordo plenamente com sua opinião: "Que tal seguir o caminho que mais lhe agrada?" Não estou dizendo que se alguém gostar de algo que seja comercial ou pseudo-intelectual seja uma má pessoa, mas não podemos a nos prender a esses padrões.
Realmente, temos que parar de enganar a nós mesmos!
Otaku, excelente texto ! Por favor, abra um tópico [OFF] na Hmb e divulgue isso.
ResponderExcluirVocê resumiu com maestria a verdade que todos deveriam saber.
Nem faço questão de acrescentar nada. Está perfeito.
Um abraço, Otakuzão.
Fatão cara!
ResponderExcluirMandastes mto bem.
Deveria gastar menos o seu tempo com a internet...Não escreveu nada que ninguem não saiba...
ResponderExcluir"Anônimo", a proposta do texto, como todos os outros do blog, é proporcionar reflexões acerca de temas do dia a dia(que obviamente, seriam conhecidos por todos, ou pela maioria), e não trazer algo "novo" ao leitor.
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